Desde meados de janeiro, um fenômeno conhecido como "maré vermelha" tem sido observado no Litoral Norte de São Paulo, especialmente nas regiões de São Sebastião e Ilhabela.
O evento se caracteriza pela presença de extensas manchas avermelhadas na superfície do mar, causadas pela alta concentração do microorganismo Mesodinium rubrum.
Embora não seja tóxico, esse ciliado pode impactar o ecossistema marinho, pois sua proliferação em grande escala pode levar à hipoxia (redução do oxigênio na água) após o declínio da floração. Além disso, ele serve de alimento para dinoflagelados do gênero Dinophysis, que podem produzir toxinas prejudiciais à saúde humana.
Monitoramento
O fenômeno está sendo monitorado por pesquisadores do Laboratório de Instrumentação de Sistemas Aquáticos (LabISA) da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática (DIOTG) do INPE, em parceria com o Centro de Biologia Marinha da USP (CEBIMar) e com o Geospatial Computing for Environmental Research Lab (GCER) da Mississippi State University. Imagens de satélite da Agência Espacial Europeia (ESA), como as do Sentinel-3/OLCI e do Sentinel-2/MSI, estão sendo utilizadas para acompanhar a evolução das manchas.
A validação das observações conta com o apoio do ICMBio, do Parque Estadual da Ilhabela e do CEBIMar/USP, que forneceram embarcações e equipes para a coleta de amostras. Análises microscópicas confirmaram a predominância de Mesodinium rubrum na região.
Apesar de não representar risco direto à saúde humana, o monitoramento contínuo é essencial para evitar impactos ambientais e prevenir episódios como o de 2016, quando uma floração de Dinophysis resultou na proibição do consumo de ostras e mexilhões no litoral paulista.
