O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma análise sobre a média salarial de profissionais de diferentes níveis de escolaridade. Os dados mostram que, em 2024, a média salarial de pessoas com nível superior é quase três vezes maior do que a de profissionais sem essa qualificação.
De acordo com o estudo, 76,6% dos trabalhadores assalariados não possuem nível superior, enquanto 23,4% têm formação superior. A média salarial dos empregados sem nível superior foi de R$ 2.441,16, enquanto aqueles com ensino superior receberam, em média, R$ 7.094,17.
A pesquisa revelou que apenas duas áreas apresentam maior participação de pessoas com nível superior: Educação (64,3%) e Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados (60,6%). Administração Pública, Defesa e Seguridade Social (47,4%) completa a lista dos três setores que mais empregam pessoas com ensino superior.
Para os trabalhadores sem nível superior, os setores com maior ocupação são Alojamento e Alimentação (96,1%), Agricultura, Pecuária, Produção Florestal e Aquicultura (94,1%) e Construção (92,6%).
Dados locais e fatores determinantes
Em São José dos Campos, até abril de 2024, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) mostram o saldo por grau de instrução:
- Médio Incompleto: 155
- Médio Completo: 1.145
- Superior Incompleto: 29
- Superior Completo: 67
Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), realizada em 2023, aponta três fatores determinantes para a diferença de rendimentos entre trabalhadores de diferentes níveis de formação: a qualificação geral adquirida durante o curso superior, o acesso a ocupações com maiores remunerações e a relação entre a qualificação adquirida e a exigida na ocupação.
O estudo revela que, em áreas como Engenharia e Saúde, onde as remunerações são mais altas, esses fatores são especialmente relevantes, resultando em um diferencial de rendimentos quatro vezes maior em comparação com indivíduos com ensino médio. Em contrapartida, áreas com remunerações mais baixas, como Humanidades e Artes, apresentam menor relação entre os conhecimentos específicos adquiridos e as exigências das ocupações, contribuindo para rendimentos mais baixos.
Para os formados na área de Educação, apesar de uma alta porcentagem de profissionais trabalhar em ocupações relacionadas à sua formação, os efeitos da qualificação adquirida são menores em comparação com outras áreas. Além disso, profissionais formados em cursos de serviços tendem a se inserir em ocupações com remunerações mais baixas, similar ao observado nas áreas de Educação, Humanidades e Artes.