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MP pede revisão da progressão de Gil Rugai para regime aberto após soltura

Pedido de revisão argumenta que a concessão do regime aberto foi prematura e inadequada; Rugai saiu da "Cadeia dos Famosos" nesta quarta-feira (14)

Redação Band Vale

MP pede revisão da progressão de Gil Rugai para regime aberto após soltura
Reprodução/ Radio Bandeirantes

O Ministério Público do Estado de São Paulo protocolou um pedido de revisão da decisão que concedeu a progressão para o regime aberto ao ex-seminarista Gil Rugai. O pedido de revisão argumenta que a concessão do regime aberto foi prematura e inadequada.

O pedido de revisão, assinado pela Promotora de Justiça Mary Ann Gomes Nardo, argumenta que a concessão do regime aberto foi prematura e inadequada, considerando a gravidade dos crimes cometidos e o longo período ainda a ser cumprido de pena. 

O Ministério Público contesta a decisão com base em diversos fatores, incluindo a análise do exame criminológico realizado recentemente, que apresentou características negativas na personalidade de Rugai, como imaturidade e dificuldades de adaptação social.

O laudo psicológico, feito pelo método de Rorschach, indicou problemas sérios no comportamento de Rugai, como impulsividade e instabilidade emocional, o que, segundo o Ministério Público, coloca a sociedade em risco se ele for liberado.

A Promotoria sustenta que a progressão ao regime aberto para Rugai não apenas ignora a seriedade dos crimes e a duração da pena, mas também pode resultar em uma sensação de impunidade e comprometer a segurança pública. Ao todo, Rugai ficou 11 anos e 9 meses preso.

O recurso do Ministério Público agora será analisado pelas instâncias superiores, que decidirão se a decisão de progressão de regime será mantida ou revogada. A defesa de Gil Rugai foi procurada, mas ainda não retornou. Essa matéria será atualizada assim que o Jornalismo da Band Vale receber um posicionamento.

Gil Rugai deixa cadeia

O ex-seminarista Gil Rugai, condenado a 36 anos de prisão pelo assassinato de seu pai, Luiz Carlos Rugai, e de sua madrasta, Alessandra Troitino, em 2004, deixou a "Cadeia dos Famosos" em Tremembé, interior de São Paulo, nesta quarta-feira (14). Ele foi liberado por volta das 16h30.

A saída de Rugai ocorreu após a Justiça conceder, na terça-feira (13), a progressão para o regime aberto, permitindo que ele cumpra o restante de sua pena em liberdade, mas sob condições específicas.

Rugai deixou a Penitenciária “Dr. José Augusto Salgado” (PII de Tremembé) no início da tarde. A decisão da Justiça foi tomada apesar do parecer contrário do Ministério Público, que havia se posicionado contra a progressão. No entanto, o juiz responsável pelo caso considerou que Rugai atendeu a todos os requisitos legais necessários para a mudança de regime.

Bom comportamento na prisão

Entre os fatores que contribuíram para a decisão estão o comportamento carcerário exemplar de Rugai, classificado como "ótimo" pelo Serviço de Segurança e Disciplina da penitenciária, e a ausência de infrações disciplinares durante todo o período em que esteve preso, desde 2004. Além disso, Rugai tem se envolvido em atividades laborais na prisão e está cursando Arquitetura e Urbanismo na Faculdade Anhanguera de Taubaté, onde apresenta bom desempenho acadêmico.

O exame criminológico realizado recentemente também foi favorável a Rugai, com os avaliadores considerando-o apto para a progressão ao regime aberto, o que culminou em sua liberação da prisão nesta quarta-feira.

Caso Gil Rugai

O caso de Gil Rugai chocou o Brasil em 2004, quando seu pai e madrasta foram encontrados mortos a tiros em sua residência no bairro de Perdizes, em São Paulo. A frieza de Rugai ao receber a notícia da morte de seus familiares foi um dos fatores que o colocou como principal suspeito e, posteriormente, o levou à condenação.

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