A Brasil Trustee Administração Judicial entrou com pedido na 1ª Vara Civel de Caçapava, nessa terça-feira (19), para que o processo de recuperação judicial da fábrica MWL seja transformado em falência.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos De São José dos Campos e região, a administradora argumenta que a direção da MWL deixou de honrar suas obrigações essenciais e que em nenhum momento informou medidas concretas para a retomada das atividades.
O sindicato ainda afirma que a fábrica está parada desde maio, quando a empresa deixou de pagar os salários aos trabalhadores. Sem pagamento, os funcionários entraram em greve no dia 6 daquele mês.
No pedido de falência, a administradora judicial afirma que não enxerga qualquer possibilidade de levantamento da empresa, “a qual está com as atividades paralisadas, sem perspectiva de retomada”. A Brasil Trustee afirma que a MWL encontra-se em estágio pré-falimentar.
Embora acumule dívidas, a empresa tem capital a receber, no valor de R$ 4,4 milhões referentes a pedidos já entregues.
O Jornalismo da Band Vale entrou em contato com a MWL e aguarda um posicionamento.
Dividas da empresa
O sindicato afirma que alem dos atrasos nos salários dos trabalhadores, a MWL acumula dívidas de aluguel com a Mafersa, proprietária do imóvel onde funciona a fábrica.
A Justiça chegou a bloquear R$ 1.647.289,81 da MWL a pedido da locadora. Posteriormente, determinou o desbloqueio para que os recursos fossem usados no pagamento dos salários e outras despesas consideradas essenciais, como energia elétrica. A verba ainda não foi repassada aos trabalhadores.
Pedido de falência
No pedido de falência, a Brasil Trustee argumenta que houve “flagrante abandono” da fábrica pelos proprietários.
“Os trabalhadores continuam na luta pelos empregos e pela manutenção da unidade em Caçapava. Seria um desastre a falência da MWL, que levaria ao fechamento de postos de trabalho na principal fábrica de rodas e eixos da América do Sul. Numa eventual falência, o Sindicato vai dar todo auxílio para que os trabalhadores recebam seus direitos, uma vez que a maioria deles tem mais de dez anos de fábrica”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida