Primeiro nanossatélite brasileiro, de São José, está pronto para lançamento

Produzido pela Visiona Tecnologia Espacial, localizada no Parque Tecnológico, ele será lançado no segundo trimestre de 2023

Redação Band Vale

Primeiro nanossatélite brasileiro, de São José, está pronto para lançamento
Primeiro nanossatélite brasileiro, de São José, está pronto para lançamento
Divulgação

O VCUB, primeiro nanossatélite totalmente desenvolvido pela indústria brasileira em São José dos Campos, está pronto para ser lançado à órbita da Terra

Produzido pela Visiona Tecnologia Espacial (joint-venture entre a Embraer e a Telebras), localizada no Parque Tecnológico de São José dos Campos, o nanossatélite completou longos e complexos ciclos de testes no Laboratório de Integração e Testes do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

O equipamento foi submetido a testes de possibilidades de dano como eletromagnetismo, vácuo, temperatura e outras condições adversas que encontrará em órbita, e foi aprovado em todos eles.  Agora, segue viagem até o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, onde será realizado seu lançamento em abril. 

Imagens

Em 2021, a Prefeitura de São José dos Campos foi convidada a participar da homologação dos produtos do nanossatélite, através do contrato de parceria com a Visiona. O acordo prevê o recebimento das imagens de alta resolução coletadas pelo nanossatélite que permitirão mapeamento de uso e cobertura da terra, podendo prevenir, por exemplo, irregularidades ambientais.

A análise técnica das imagens será feita por servidores da Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade.

A parceria, portanto, potencializa a capacidade de São José de viabilizar novas soluções para a melhoria contínua do planejamento e da qualidade ambiental urbano e rural, além de estimular o desenvolvimento tecnológico e socioeconômico da cidade.

Considerando que se trata de uma nova tecnologia, a Prefeitura vai validar as imagens coletadas pelo nanossatélite, sem nenhum custo financeiro durante a vigência do contrato.

Outras parcerias 

Além da Prefeitura de São José, a rede de parceiros do Projeto VCUB conta com instituições como o Instituto Senai de Inovação, a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), o Governo de Santa Catarina, o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), a AEB (Agência Espacial Brasileira), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o Naturatins (Instituto Natureza do Tocantins) e a Transpetro (Petrobras Transporte).

Geoprocessamento

Desde 2017, a Prefeitura vem desenvolvendo projetos de alta tecnologia com o uso de imagens de sensoriamento remoto, no âmbito de projetos como o Observa (também em parceria com a Visiona), que consiste no uso de imagens de altíssima resolução para monitoramento, fiscalização e controle ambiental do território visando combater a degradação ambiental, a implantação de parcelamentos clandestinos e a construção em áreas de risco.

A cidade conta também com o Geosanja, plataforma que reúne dados geográficos do município, todos mapeamentos técnicos, serviços públicos, facilidades, acompanhamento das obras públicas, entre outros, para consulta na palma da mão e download dos dados pelos cidadãos.

Sobre o Projeto

O nanossatélite VCUB baseia-se numa plataforma CubeSat 6U de 12kg com dimensões de 30 x 20 x 10 cm e traz o estado da arte em tecnologias de pequenos satélites.

A missão permitirá o desenvolvimento e validação de tecnologias espaciais desenvolvidas pela Visiona, com destaque para o Sistema de Controle de Órbita e Atitude de satélites, principal lacuna tecnológica da indústria espacial brasileira, além dos softwares de Sistema de Gestão de Dados de Bordo e do Rádio Definido por Software. O projeto incorpora uma arquitetura de sistemas modular e escalável, que poderá ser utilizada em satélites de maior porte no futuro, permitindo a incorporação de mais tecnologias nacionais às missões do Programa Espacial Brasileiro.

Equipado com uma câmera óptica multiespectral com resolução de 3,5 metros e 4 bandas espectrais e de um sistema de coleta de dados reconfigurável via software, o satélite será capaz de realizar missões antes destinadas a satélites de porte bem superior. Sua câmera utiliza tecnologias só encontradas em satélites de grandes dimensões, o que lhe permitirá gerar imagens com qualidades radiométrica e geométrica superiores às encontradas no mercado, fatores fundamentais para aplicações agrícolas e de proteção do meio ambiente. 

Seu sistema de coleta de dados pode operar tanto no sistema SBCD (Sistema Brasileiro de Coleta de Dados) como em outros protocolos, o que torna o VCUB uma plataforma ideal para aplicações de Internet das Coisas (IoT).

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