O Programa de Demissão Voluntária (PDV) da General Motors começou nesta terça-feira (05) nas três fábricas da montadora no Estado de São Paulo.
Os metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos aprovaram a abertura do programa na fábrica na última semana. A proposta é resultado das negociações entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
A meta, segundo a montadora, é conseguir a adesão de 830 trabalhadores. O programa é aberto a todos que estão operando regularmente na fábrica ou que estejam em licença remunerada.
O PDV é uma alternativa às demissões realizadas em outubro pela GM e que foram canceladas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª. Região e Tribunal Superior do Trabalho (TST). A fábrica de São José dos Campos tem cerca de 4 mil trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer.
A proposta aprovada estabelece:
- Para trabalhadores que tenham de um a seis anos de fábrica: seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil e plano médico por três meses ou R$ 6 mil.
- Para trabalhadores que tenham sete anos ou mais de fábrica: cinco meses de salário, um carro Onix Hatch LS ou R$ 85 mil e plano médico por seis meses ou R$ 12 mil.
- O período de adesão é de 5 a 12 de dezembro.
- Para cada adesão de trabalhador que esteja ativo na fábrica haverá retorno de outro trabalhador que esteja em licença remunerada.
- Para quem não aderir, haverá estabilidade no emprego até 31 de maio de 2024.
- Em relação aos dias parados durante a greve, a proposta prevê a compensação de 50% até 30 de junho de 2024, de acordo com a necessidade de produção.
Histórico da luta
Em outubro, a empresa demitiu 839 funcionários de São José dos Campos, 300 de São Caetano e 105 de Mogi das Cruzes, desrespeitando o acordo de layoff que garantia estabilidade para todos na fábrica.
Os cortes resultaram na deflagração de uma greve unificada de 17 dias entre os metalúrgicos das três fábricas. A paralisação só foi suspensa após o cancelamento das demissões e o pagamento dos dias parados.
“O Sindicato é contra qualquer fechamento de postos de trabalho, mas o PDV já era uma pauta nossa como alternativa às demissões arbitrárias que chegaram a ser feitas pela GM. O PDV, entretanto, não coloca um ponto final na luta em defesa dos empregos. Estaremos atentos a qualquer movimentação da empresa no sentido de realizar novos cortes. Combatemos de forma permanente toda medida que seja prejudicial aos trabalhadores”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.