O fechamento da Ford e da LG deve representar R$ 245 milhões a menos na economia taubateana no próximo ano. O montante corresponde aos salários pagos aos 1.600 funcionários diretos das duas empresas que serão demitidos nos próximos meses com o fim da produção.
Cerca de 8% da atual mão de obra que a indústria absorve atualmente na cidade ficarão de fora do mercado com as demissões anunciadas pelas fábricas.
Os impactos da saída da Ford e da LG também devem ser sentidos nos cofres públicos com a perda de R$ 890 mil em arrecadação de impostos da prefeitura.
O economista Edson Trajano prevê ainda que com as demissões anunciadas pelas duas empresas e a consequente perda no poder de consumo das pessoas desligadas, a prefeitura deve registrar um aumento nos atendimentos nas redes públicas de saúde e também de educação.
“Nós temos que pensar que várias outras empresas são fornecedoras da Ford e da LG. Cada emprego fechado nelas representa outros três postos de trabalho que podem estar em risco. Cada posto de trabalho perdido na indústria impacta diretamente nas atividades de comércio e serviço, reduzindo a renda disponível na cidade, além na queda da geração de impostos. A saída desses trabalhadores vai aumentar a demanda na rede pública de saúde, educação e assistência pública”, explica.
Este mês, a LG anunciou o fim da produção de celulares em todas as unidades da empresa, o que inclui a planta de Taubaté, e também a transferência das linhas de notebooks e monitores para Manaus. 700 pessoas devem ser dispensadas. O sindicato dos metalúrgicos ainda negocia o fim das atividades.
No início do ano, a Ford provocou um alvoroço com o anúncio do fim das atividades no Brasil. Só em Taubaté, 800 funcionários devem ser demitidos. Para o economista Edson Trajano, o município precisa atacar em novas áreas para promover a geração de empregos.
“É necessário pensar em outras alternativas como a economia criativa. O município de Taubaté conta um forte potencial turístico e pode investir nessa área. Com uma localização privilegiada e uma enorme riqueza cultural, a cidade pode apostar nessas características para atrair turistas e gerar renda”, diz.