A BandNews FM promoveu nesta segunda-feira (24) o Fórum Saúde, que discutiu os desafios para a melhora do sistema de saúde no Brasil. A ação marca início das atividades do aniversário de 18 anos da rádio.
Entre os assuntos abordados ao longo de três mesas, estiveram os desafios do SUS, a saúde suplementar, o tratamento e diagnóstico de doenças raras e uma discussão sobre vírus respiratórios e vacinação.
Foram convidados especialistas para falar da gestão da saúde brasileira, do diagnóstico e os avanços no tratamento das doenças. A retomada e o planejamento de um programa de imunização robusto também foram abordados.
1ª MESA - DESAFIOS DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL: O PÚBLICO E O PRIVADO
- Nésio Fernandes de Medeiros Junior, secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, falou, entre outros assuntos, sobre as políticas públicas desenhadas pelo governo para atender os municípios.
- Helton Freitas, Presidente da Seguros Unimed, CEO da InvestCoop Asset Management, presidente da Fundação Unimed e diretor-geral da Faculdade Unimed, Presidente do Conselho do Multicoop, levantou a questão da porta de entrada para o sistema de saúde.
- Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, ex-secretário de Saúde de São Paulo e ex-diretor da Anvisa, falou sobre a distribuição territorial das unidades de média e alta complexidades.
- Rayssa Okoro, formada pela Universidade Federal do Maranhão e moradora de São Paulo. Atua no SUS como médica generalista na atenção básica à população em situação de vulnerabilidade e à população negra. A profissional de saúde falou sobre o papel so SUS para as populações vulneráveis.
2ª MESA - SAÚDE SUPLEMENTAR: IMPORTÂNCIA, ACESSO E CULTURA
As operadoras e seguros privados de saúde alertam para fraudes e usos indevidos que acontecem quando beneficiários realizam o reembolso de serviços sem o efetivo pagamento dos procedimentos aos profissionais.
A Fenasaúde, entidade que representa 13 grupos do setor, tem tentado combater esse tipo de prática. A presidente da Federação, Vera Valente, abordou o tema no Fórum Saúde: Especial dos 18 Anos da Rádio BandNews FM.
“É um ralo que há no sistema. Só no ano passado, identificamos uma organização criminosa que fazia pedidos altos de reembolso que totalizaram 40 milhões de reais”, afirmou Vera Valente, presidente da Fenasaúde.
O presidente da Seguros Unimed, Helton Freitas, ressalta que o sistema é mantido pelos beneficiários. Dessa forma, segundo ele, as fraudes e usos indevidos impactam todos que pagam pelos serviços.
O diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Rebello, avalia que a autarquia não pode atuar diretamente na questão, mas destaca que o órgão regulador está atento às práticas indevidas.
3ª MESA - DOENÇAS RARAS: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTOS
O diagnóstico preciso e precoce de doenças raras é fundamental para um tratamento correto e para dar esperança às famílias das pessoas com essa condição.
Os cuidados específicos em casos do tipo foram discutidos durante o Fórum Saúde: Especial dos 18 Anos da Rádio BandNews FM. Uma doença é considerada rara se afeta até 65 pessoas a cada 100 mil nascidas vivas.
A presidente do Instituto Vidas Raras, Amira Awada, ressalta a importância de saber com precisão qual é o quadro de cada paciente. “O diagnóstico traz um período de luto para a família, mas, depois se renova em esperança pela possibilidade de um acompanhamento adequado ou tratamento”, disse.
A necessidade do diagnóstico correto é fundamental, por exemplo, para condições como a Fibrodisplasia Ossificante Progressiva. Conhecida como FOP, a doença faz com que os pacientes desenvolvam ossos dentro de músculos, tendões e ligamentos.
A dermatologista Patrícia Delai estuda a FOP há 23 anos: “Esses ossos não podem ser retirados e uma criança nessa condição não pode receber vacinas e injeções intramusculares. Em caso de queda, mais ossos podem surgir”, explica.
Um caminho para ajudar pacientes com doenças raras pode vir do sequenciamento genético. O diretor do Centro Paulista de Genética e Genômica, Rodrigo Fock, destaca que a tecnologia para esse tipo de detecção evoluiu bastante.
“Nós já temos exames laboratoriais específicos que permitem uma aceleração no diagnóstico de doenças genéticas”.