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Cidade em Retratos: Mel Reis, a bailarina que amputou a perna esquerda para fazer o que ama

A paulistana usa uma prótese especial para dançar e ensinar o balé adaptado

Arthur Covre

"A amputação me trouxe a possibilidade de realizar novamente meu maior sonho"
"A amputação me trouxe a possibilidade de realizar novamente meu maior sonho"
Foto: Arquivo Pessoal

Melina Reis prefere ser chamada de Mel. Moradora de Lauzane Paulista, na zona norte de São Paulo, sempre foi apaixonada por balé, "desde criança". A vida mudou, no entanto, em 2002 quando, aos 17 anos, sofreu um acidente de moto. A partir daí, foram anos de tratamento, até decidir amputar a perna esquerda para continuar a fazer o que mais ama. "Tive uma fratura exposta com várias complicações. Foram mais de 50 cirurgias em 13 anos. Até que optei pela amputação em 2014".


Mel tomou a decisão, pensando em usar uma prótese adaptada para o balé clássico, para voltar a ficar na ponta dos pés. E conseguiu. "Foi em 2016. Estava realizando o meu maior sonho que achava não ser mais possível".


Mel criou um método de balé adaptado que passou a ensinar também para crianças e adolescentes com deficiência. Começou a se apresentar no Brasil e no exterior. Virou palestrante. Até que veio a pandemia e os eventos "zeraram". Além disso, a prótese do dia a dia quebrou (não é a que utiliza para dançar).


Em seguida, porém, foi convidada para ser a embaixadora de uma empresa fabricante de próteses e ganhou uma nova. E assim ela segue a “dança dos dias”, ao lado da filha Zoe de 4 anos que reconheceu a mãe em uma pintura na Escadaria das Bailarinas em Pinheiros. “Lá tem uma arte do Kobra. É um desenho meu na escadaria. E quando ela viu, falou - É A MAMÃE! Isso me colocou em patamar muito elevado! A mamãe virou uma bailarina..."

Ouça mais uma coluna Cidade em Retratos com o repórter Arthur Covre

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