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Até que ponto o ouro vale a saúde mental?

A BandNews FM conversou com o psiquiatra Daniel Barros, nosso colunista, para entender a dinâmica da pressão psicológica na Olímpiada e também fora dela

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Simone Biles não disputará finais do individual geral por causa de problemas psicológicos
Simone Biles não disputará finais do individual geral por causa de problemas psicológicos
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A americana Simone Biles, estrela do mundo da ginástica, de 24 anos, não disputará as finais do individual geral por causa de problemas psicológicos. O anúncio foi realizado pelo perfil da Federação Americana de Ginástica, que afirmou “apoiar a decisão” da atleta.

Anteriormente, Simone havia pedido para sair da competição após um erro na aterrissagem em uma manobra. A ginasta tirou uma nota baixa para os padrões dela.A comissão tinha afirmado que Biles estava fora das disputas por questões de saúde, mas, em seguida, ela declarou que algumas preocupações relacionadas à saúde mental a levaram a deixar a final por equipes na Olímpiada nesta terça-feira (27).

Ela é considerada a maior estrela entre todos os esportes desta edição dos Jogos Olímpicos. A atleta era cotada para vencer seis medalhas de ouro em Tóquio. Simone Biles afirmou que ficará fora das finais individuais de quinta (29) e será reavaliada pela equipe médica sobre a participação nas provas da semana que vem.

A história dela na ginástica é reflexo de muita experiência, persistência, treinos e bons resultados – são mais de 30 medalhas em Mundiais e Olímpiada – somando quatro ouros na Rio-2016.

Em coletiva, Biles disse que os Jogos estavam trazendo muito estresse e que era necessário focar no bem-estar. "Acho que a saúde mental é mais importante nos esportes nesse momento. Temos que proteger nossas mentes e nossos corpos, e não apenas sair e fazer o que o mundo quer que façamos", afirmou a atleta.

Outra estrela dos Jogos Olímpicos, Naomi Osaka, tenista número 2 do ranking mundial, também fez um desabafo recentemente sobre questões de saúde mental. Ela falou sobre o assunto depois do torneio de Roland Garros, um dos quatro campeonatos mais importantes da temporada.

Ela deixou claro que não lida bem com a pressão e também não quer mais dar entrevistas porque acaba a deixando vulnerável e com a saúde emocional abalada.

Onde chegamos com todas essas histórias? Mesmo que o debate sobre saúde mental tenha se tornado mais frequente na vida das pessoas, às vezes pode ser um choque ver que um profissional de destaque, como um atleta, também enfrenta essas questões.

A BandNews FM buscou entender de que forma encarar as pressões por competições ou pelo dia-a-dia, como as que nós enfrentamos nas nossas rotinas. Conversamos com o psiquiatra e colunista Daniel Barros.

Ele afirma que é “desumano” o que é feito com os atletas olímpicos, porque é cobrado um rendimento muito além das pessoas comuns e que não é aceitável, neste ambiente, entregar menos do que o esperado nas provas.

Barros afirma que a atividade física é importante, mas, quando levamos isso em uma competição extrema, como é feito no esporte de alto rendimento, a atividade deixa de ser saudável porque buscamos resultados além dos limites.

Acompanhe a entrevista completa:

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