Abin paralela: Ramagem presta depoimento à PF nesta quarta (17)

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência e hoje deputado federal será ouvido no Rio de Janeiro às 14h

BandNews FM

O deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem (PL-RJ), vai prestar depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (17) na investigação que apura o uso de sistemas da Abin para espionagem ilegal de adversários políticos do então presidente Jair Bolsonaro.

Ramagem será ouvido às 14h na superintendência da PF no Rio de Janeiro.

A ideia é que ele trate de um arquivo de áudio encontrado em um telefone celular dele durante a operação Última Milha, que investiga esse monitoramento ilegal. A reunião gravada foi realizada em 2020, pouco depois da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

Flávio é suspeito de operar um esquema de “rachadinha” quando era deputado estadual no Rio de Janeiro e Ramagem teria usado a estrutura da Abin atrapalhar as investigações.

No episódio, Jair Bolsonaro, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o General Augusto Heleno, Ramagem e duas advogadas do filho do ex-presidente discutem o assunto. Em um trecho da gravação, é possível ouvir as advogadas de Flávio sugerirem que o Serviço Federal de Processamento de Dados, o Serpro, poderia apurar se auditores da Receita Federal acessaram dados do senador.

Depois desse encontro, as advogadas de Flávio Bolsonaro se reuniram pelo menos três vezes com o então secretário da Receita Federal, José Tostes.

Na internet, Ramagem disse que gravou a reunião com a autorização e conhecimento de Bolsonaro.

Em nota, Flávio Bolsonaro afirma que o áudio mostra apenas as advogadas comunicando as suspeitas de que um grupo agia com interesses políticos dentro da Receita Federal.

Também na internet, o advogado do ex-presidente, Fabio Wajngarten, afirmou que “o áudio evidencia o quanto Bolsonaro ama o Brasil e o povo brasileiro”.

PRÓXIMOS PASSOS

A Polícia Federal deve apresentar nos próximos dias a intimação para que o José Tostes também preste depoimento para os investigadores. Outro que também deve ser chamado para depor é o ex-chefe da Dataprev, Gustavo Canuto, também citado nas gravações.