Alanna diz que voltar a jogar futebol já é realizar sonho

Atacante do Santos supera grave lesão, dengue e Covid-19 em um ano e meio

Alinne Fanelli

A atacante Alanna durante treinamento do Santos Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC
A atacante Alanna durante treinamento do Santos
Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC

A atacante Alanna, de 31 anos, foi responsável pelo gol da virada do Santos sobre o Grêmio por 2 a 1, no dia 10 de maio, pelo Brasileiro Feminino.

Mas o gol não garantiu apenas os três pontos para as Sereias da Vila. Foi um renascimento para a atleta que havia ficado um ano e meio sem jogar.

Alanna precisou de apenas dez minutos em campo para marcar. Em entrevista exclusiva à BandNews FM, ela conta que sempre pensou em como seria o retorno aos gramados. Porém, a realidade foi muito diferente. “Eu imaginava que eu poderia fazer um gol, mas não na circunstância que foi. Até quando a Fifa me citou no Twitter eu fiquei sem acreditar que realmente estava acontecendo.”

Alanna rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito nos Jogos Abertos, em novembro de 2019. 

Ela já esperava dificuldades porque havia passado por situação semelhante quando defendeu a Ferroviária, em 2010, mas foi ainda mais desafiadora a recuperação. “Agradeço muito ao clube por todo o auxílio. Foi muito difícil. Depois ainda contraí a Covid-19, peguei dengue, então, demorou muito mais por isso também. No início a gente fica um pouco triste porque já sabe o que vem pela frente com uma grave lesão, mas a gente continua acreditando, me apeguei a Deus, à minha família. Tive muita força para superar mais essa”, afirmou.

“O que eu mais queria era só voltar a jogar, fazer o que eu amo, o que eu sei. Esse sonho está bom demais. O resto é consequência do trabalho”, completou.

Carreira

Alanna é natural de Salvador e começou a jogar futebol no meio de meninos. Ela precisou ir para o futsal para conseguir disputar campeonatos e o primeiro time de campo foi o São Francisco do Conde, na capital baiana mesmo.

Em 2007, a jogadora conseguiu um teste na Ferroviária, onde atuou até 2011. “Eu não imaginava que teria tanto time feminino por aqui. Quando vim pela primeira vez, fiquei muito surpresa”, contou.

Ela comentou a importância dos campeonatos de base e diz que conversa com amigas sobre como elas precisam aproveitar bastante esse momento de evolução da modalidade.

Alanna jogou também no São José, em duas oportunidades, no Kindermann, voltou ao São Francisco da Bahia, chegou ao Corinthians e foi para o Santos em 2018, onde se destacou com 19 gols em 35 jogos na temporada. 

Futebol feminino

A atacante se disse feliz pelo fato de a CBF ter anunciado mais uma divisão para o futebol feminino. A partir do ano que vem, haverá a Série A3. “É importante ter. Porque temos muitos talentos escondidos pelo Brasil, muitas meninas sem oportunidades de aparecer. Foi ótima essa iniciativa.”

O Santos está na quarta colocação na Séria A1 com os mesmos 15 pontos do São Paulo; o Palmeiras tem 18 e o Corinthians lidera com 19. Alanna acredita que é o torneio nacional mais disputado dos últimos anos. “Está muito acirrado, as equipes estão muito fortes. Não vemos tantas goleadas. Antigamente sempre tinha. Agora, os placares estão bem apertados. É difícil falar quem pode disparar.”