Alexandre de Moraes pede explicações do Exército por visitas “irregulares” para generais

Militares presos receberam advogados e familiares em dias não permitidos

BandNews FM

Alexandre de Moraes pede explicações do Exército por visitas “irregulares” para generais
Alexandre de Moraes pede explicações do Exército por visitas “irregulares” para generais
Rosinei Coutinho/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, pediu explicações do Exército sobre visitas irregulares aos generais presos Walter Braga Netto e Mário Fernandes, incluindo advogados e familiares. As visitas, realizadas entre os dias 6 e 19 de dezembro, desrespeitaram o regulamento militar, que só permite visitas em dias específicos e mediante autorização prévia.

O Supremo Tribunal Federal também decidiu pela manutenção da prisão dos dois militares, investigados no inquérito que apura uma tentativa de golpe de estado no Brasil. A decisão foi assinada por Moraes, que também determinou que o Exército esclareça irregularidades em visitas realizadas aos presos.

A defesa de Braga Netto havia solicitado a liberdade do militar, argumentando que ele não representava risco à sociedade ou à investigação. Entretanto, Moraes reafirmou a gravidade dos fatos e confirmou parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), mantendo a prisão de ambos os generais. Eles são acusados de participação em crimes como tentativa de golpe de estado, abolição violenta do estado democrático de direito e associação criminosa.

Mário Fernandes é citado especialmente no plano conhecido como "Punhal Verde Amarelo", que teria como objetivo o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Alexandre de Moraes. O plano teria sido parte de uma tentativa mais ampla de impedir a posse de Lula.

Os generais estão detidos em instalações militares em Brasília e no Rio de Janeiro, sob custódia do Comando Militar do Planalto e do Comando Militar do Leste, respectivamente. Agora, o Exército tem 48 horas para justificar as irregularidades. A PGR deve decidir nas próximas semanas se apresenta denúncia formal contra os acusados.