O governo Lula descartou, na noite desta quarta-feira (22), a possibilidade de uma intervenção nos preços dos alimentos. A informação foi divulgada após uma fala do ministro da Casa Civil, Rui Costa, durante uma entrevista ao programa "Bom dia, Ministro", da Agência Brasil. Ao afirmar que não haverá mais intervenção, o governo forja mais uma crise. A análise é do colunista da BandNews FM Carlos Andreazza, no Rio de Janeiro.
Na entrevista, Rui Costa disse que o governo faria reuniões com o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e da Fazenda para buscar "um conjunto de intervenções que sinalizem para um barateamento dos alimentos". A frase não foi bem aceita entre membros do governo, do mercado e o agronegócio.
Uma crise atrás da outra e forjadas pelo próprio governo. Com parlamento e Supremo em recesso, o que seria uma calmaria, o próprio governo, atuando sozinho, cria complicações para si semana após semana.
Antes de negar a possibilidade de tabelamento de preços, o governo chegou a analisar a possibilidade de estender o prazo de validade de alguns alimentos. A medida foi proposta pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), mas também foi descartada pelo governo no fim do dia.
"Intervenção é mexer, meter a mão, aí surge essa barbaridade no desespero. Não há muitas maneiras de baixar o preço [dos alimentos] e surge essa ideia de interferir. O governo diz isso de manhã, a tarde surge a ideia da xepa, de mudar o prazo de validade dos alimentos. Duas lambanças (…) o governo pegou a casca de banana, jogou no chão e se lançou sobre ela", disse Andreazza.