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Apadrinhamento afetivo: uma alternativa para as crianças que não foram adotadas

Programa da Vara da Infância e Juventude de Santo Amaro busca referências afetivas para os jovens em serviços de acolhimento

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Apadrinhamento afetivo: uma alternativa para as crianças que não foram adotadas
Foto: Agência Brasil

Mais de 32 mil crianças e adolescentes estão hoje em serviços de acolhimento, seja à espera de um processo de adoção ou no aguardo de um retorno às famílias biológicas.

A maioria está localizada no Sudeste, são mais de 15 mil.

O problema é que grande parte não faz parte do perfil procurado por adotantes: geralmente a preferência é por bebês, meninas e de pele clara.

Pensando nisso, a Vara da Infância e Juventude de Santo Amaro instituiu um programa de apadrinhamento afetivo.

Assim, é possível encontrar uma referência para as crianças, sem a necessidade de exercer um papel de pai ou mãe.

Para se tornar um padrinho ou madrinha é necessário ter mais de 18 anos e realizar um curso de formação, que abrange as principais necessidades emocionais da criança.

O juiz titular da Vara, Alberto Muñoz, ressalta ainda que esse modelo de afeto e de vida é necessário para que a criança consiga imaginar e moldar um futuro fora da casa de acolhimento. 

Isso não é muito comum para os que vivem até os 18 anos no espaço. Eles acabam se habituando apenas com a realidade daquele local, sem ter oportunidade de vivenciar outras experiências.

O apadrinhamento afetivo é autorizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, mas não há uma regra de funcionamento, tudo é acordado caso a caso.

Os padrinhos não têm nenhuma obrigação financeira com as crianças, a principal função é se fazer presente: telefonar, levar para passear e ser referência.

Todas essas interações precisam ser acordadas, levando em consideração a agenda do afilhado.

ENCONTROS DE VIDA

A Rosemary Talarico se tornou madrinha da Mayara há oito anos, quando conheceu o projeto.

Ela conta que foi uma oportunidade de fazer a diferença e direcionar a jovem para um mundo novo, além do que ela conhecia.

A relação das duas é constante, o encontro físico costuma ocorrer a cada 15 dias, mas o contato virtual é diário: “Ela liga todos os dias, só para ter o sentimento de dizer: estou aqui. Procuro pegar ela para dar um passeio, ou mesmo passar o final de semana em minha casa. Para ela, o simples fato de estar comigo e ter algo diferente em sua vida é o bastante”, pontua Rosemary.

A Rosemary conta ainda que a relação com a Mayara cresceu e hoje uma faz parte da vida da outra. A Rosemary conhece todas crianças e adolescentes que moram com a afilhada e a Mayara também conhece a família da madrinha. 

O curso de formação começa já no dia 16 de setembro e você pode solicitar todas as informações e se inscrever pelo e-mail apadrinhamentoafetivo@yahoo.com