O laboratório Bharat Biotech diz que vai apresentar ao Ministério da Saúde um cronograma de entregas da vacina Covaxin em breve.
A importação do imunizante foi aprovada ontem pela Anvisa.
A agência, no entanto, limitou a quantidade de doses que podem ser adquiridas e reforçou a necessidade de acompanhamento das aplicações.
Isso porque a Covaxin não possui pedido de uso emergencial ou de registro definitivo aprovados pela Anvisa; o mesmo vai valer para a russa Sputnik V.
A autorização de uso desses imunizantes no Brasil, a partir de um pedido de importação, é baseada na lei que permite que as vacinas sejam aplicadas desde que aprovadas por algumas agências reguladoras estrangeiras.
A autorização para importação das duas vacinas foi comemorada pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT), que também reclamou da baixa quantidade de doses estabelecida pela Anvisa. Para Rui Costa, "a quantidade autorizada pela Anvisa está muito abaixo da real necessidade. Agora é batalhar é para fazer chegar logo o que foi aprovado e vacinar nosso povo", disse o governador, em mensagem nas redes sociais.
De acordo com o estabelecido ontem, a importação da vacina produzida pelo Instituto russo Gamaleya fica restrita a até 1% da população. O aval para a importação de doses do imunizante ficou em 300 mil para a Bahia, 192 mil para Pernambuco, 183 mil para o Ceará, 141 mil para o Maranhão, 66 mil para o Piauí e 46 mil para o Sergipe.
Agora, os imunizantes podem integrar o Plano Nacional Imunização (PNI) contra a Covid 19. Os três votos que eram necessários foram dados pelo diretor da Quinta Turma da Diretoria Colegiada do órgão, Alex Machado Campos; pelo diretor da Quarta Turma, Rômison Rodrigues Mota; e pela diretora da Terceira Turma, Cristiane Jourdan Gomes.
Durante a sessão, realizada ontem (04), a gerência de medicamentos da Anvisa recomendou que as vacinas só sejam usadas pelos Estados obedecendo algumas regras. Entre entre elas, a não aplicação em menores de 18 anos ou maiores de 60 anos, mulheres em idade fértil que pretendam engravidar nos próximos 12 meses, portadores de HIV, hepatite B ou C e pessoas que tenham recebido transfusão de hemoderivados nos últimos 3 meses.
A Covaxin e a Sputinik V haviam sido rejeitadas por falta de dados sobre a produção e segurança, mas, de acordo com a Anvisa, novos documentos foram apresentados para a análise. O pedido de importação da Covaxin foi feito pelo Ministério da Saúde e o da Sputinik V pelos estados do nordeste que agora podem importar o imunizante.
O Ministério da Saúde já comprou 20 milhões de doses da Covaxin e outros 10 milhões da Sputnik V.