Argentina começa semana à espera de medidas para conter alta do dólar e inflação

Nova ministra da Economia esteve reunida com presidente Alberto Fernandes e deve anunciar primeiras medidas econômicas nesta segunda (11)

Rádio BandNews FM

Argentina começa semana à espera de medidas para conter alta do dólar e inflação Foto: Reprodução
Argentina começa semana à espera de medidas para conter alta do dólar e inflação
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A nova ministra da Economia da Argentina, Silvina Batakis, deve anunciar nesta segunda-feira (11) medidas econômicas para conter a disparada do dólar e a nova leva de remarcações de preços no país. A inflação alta e a falta de reservas cambiais argentinas é a nova face da crise econômica dos hermanos, que ficou ainda mais profunda com a renúncia de Martín Guzmán do cargo de ministro da Economia no início de julho.

A troca de comando na pasta aconteceu após críticas da vice-presidente Cristina Kirchner aos rumos econômicos do país. A relação conflituosa com Guzmán e o próprio presidente Alberto Fernandez são foco de preocupação entre investidores e tem feito o dólar disparar. A moeda americana é vendida a 250 pesos no mercado paralelo, o dobro da cotação oficial.

Para conter a fuga de dólares, o governo impôs restrições ao pagamento de importações em moeda estrangeira. A compra em dólares no cartão de crédito e no free shop também foram restringidas.

Silvina Batakis passou a semana reunida com a equipe econômica, fez reuniões no sábado (9) com auxiliares próximos e discutiu as medidas a serem anunciadas com o presidente Alberto Fernandez em reunião neste domingo (10). Segundo o jornal argentino Clarin, ambos se encontraram na Quinta de Olivos, residência oficial da presidência.

São aguardadas medidas para conter a inflação. Os números de junho são aguardados para esta semana e devem vir acima dos 7% no mês, de acordo com economistas ouvidos pela imprensa argentina. No ano, a alta média acumulada nos preços deve ultrapassar os 70%.

Na última semana, empresários elevaram os preços dos produtos em até 20% com a troca na Economia e a alta do dólar. Faltam insumos para manter a produção de determinados bens e houve protestos no fim de semana contra o governo nas ruas de Buenos Aires.

É aguardado ainda uma resposta sobre o acordo com o Fundo Monetário Internacional, que renegociou um empréstimo de US$ 44 bilhões, que agora deve ser pago até 2032. Como contrapartida, o FMI aguarda a redução do déficit primário de 3% do Produto Interno Bruto para 0,7%. O acordo visto como vantajoso para os argentinos foi firmado pelo ex-ministro Guzmán, mas é criticado por Cristina.

A vice-presidente voltou a atacar o ex-funcionário neste fim de semana e disse que a crise argentina é responsabilidade do ex-ministro.