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Arthur Weintraub nega existência de gabinete paralelo, mas admite ter aconselhado Bolsonaro sobre pandemia

CPI da Covid já votou convocação de ex-assessor; senadores voltam a se reunir na terça-feira

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Arthur Weintraub nega existência de gabinete paralelo, mas admite ter aconselhado Bolsonaro sobre pandemia
Arthur Weintraub nega existência de gabinete paralelo, mas admite ter aconselhado Bolsonaro sobre pandemia
Divulgação

O ex-assessor da Presidência da República Arthur Weintraub nega ter criado e integrado um "gabinete paralelo" do governo federal para discutir assuntos relacionados à pandemia. Em um vídeo divulgado nas redes sociais neste sábado (06), ele aparece ao lado do irmão, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, e admite ter aconselhado o presidente Jair Bolsonaro com informações sobre tratamento contra a Covid-19.

No vídeo, Weintraub afirma que era responsável por selecionar materiais informativos a respeito de pesquisas ainda em andamento que, segundo ele, eram coordenadas por "cientistas de universidades renomadas, virologistas, médicos que atuam em áreas de ponta". "Quando se ouve aí na comissão parlamentar que eu organizei... cara, eu não organizei gabinete. Eu fazia contato científico e trazia as informações para o presidente", diz.

Em maio, a CPI da Covid aprovou um requerimento para convocar o ex-assessor a esclarecer informações sobre a criação do chamado "gabinete paralelo". Ainda não há data para o depoimento. Arthur e Abraham Weintraub vivem nos Estados Unidos e, na última sexta-feira (04), anunciaram que se recuperaram da forma grave do coronavírus.

A existência do suposto grupo veio à tona após o depoimento do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no início dos trabalhos da comissão no Senado. A gravação data de setembro de 2020 e mostra um grupo de médicos, reunidos pelo deputado Osmar Terra, ao lado do presidente Jair Bolsonaro.

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues, da REDE, quer convocar Osmar Terra e Paulo Zanotto para darem explicações sobre o encontro. Pela internet, o relator, Renan Calheiros, diz que, na reunião, a postura de Jair Bolsonaro é de renegar a vacina; o emedebista também classificou o grupo de "Ministério da Doença".

Já o senador Omar Aziz, do PSD, presidente da CPI, acredita que os participantes desse tipo de reunião é que "davam as cartas" para as medidas relacionadas à pandemia, e não o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

Governistas afirmam que tudo não passa de "barulho" e alegam que o próprio governo divulgou a reunião, pois, segundo os parlamentares, não teria nada a esconder.

SEMANA DE NOVOS DEPOIMENTOS

A CPI da Pandemia volta a se reunir na terça-feira (11) para ouvir novamente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Os senadores querem explicações sobre a recusa da nomeação da médica Luana Araújo para o cargo de secretária extraordinária no enfrentamento à Covid-19 e esperam respostas sobre a autonomia do ministro à frente da pasta.

A semana também reserva espaço para o depoimento do governador do Amazonas, Wilson Lima, que na semana passada foi alvo de uma operação da Polícia Federal contra desvios na área da Saúde.

Os senadores governistas defendem que os chefes estaduais sejam questionados sobre o uso de recursos repassados pela União.