Atentado contra ex-prefeito de Taboão pode ter sido planejado para obter vantagem eleitoral

Delegado da Polícia Civil diz que suspeita surgiu após deleção de um dos investigados

Band News FM

Atentado contra ex-prefeito de Taboão pode ter sido planejado para obter vantagem eleitoral
José Aprígio
Reprodução

Uma operação deflagrada nessa segunda-feira (17) apreendeu mais de 300 mil reais em espécie, celulares, computadores e armas. A ação está conectada com a operação da Polícia Civil de São Paulo que tenta identificar os participantes do suposto atentado a tiros contra o então prefeito da cidade de Taboão da Serra, José Aprígio, do Podemos. O material, segundo a investigação, vai ajudar a identificar os envolvidos. 

Em outubro do ano passado, o político levou um tiro no ombro esquerdo após o carro dele ser alvo de disparos de fuzil. A suspeita é de que o atentado foi planejado por secretários visando obter vantagem eleitoral durante as eleições municipais do ano passado.

Em entrevista à BandNews FM, o delegado da seccional de Taboão da Serra, Hélio Bressan, disse que a informação surgiu após a delação de um dos suspeitos de participação.

“O indivíduo que fez a colaboração falou que não dava para fazer de fuzil, e que era muito perigoso, a bala poderia passar, e que iriam usar tiro de pistola. Já no dia seguinte, alguém disse que não, e que deveria ser tiro de fuzil, e se fosse tiro de pistola, ninguém iria acreditar, que pistola não iria fazer efeito nenhum em um carro blindado” informou o delegado.

Em coletiva de imprensa, a Polícia informou que, após reconstituição do crime, foi possível concluir que o prefeito esteve em alto grau de vulnerabilidade antes mesmo do atentado, o que levantou mais uma suspeita de ser forjado. “Se era para fazer um atentado contra o prefeito, ele esteve em alto grau de vulnerabilidade diversas vezes naquele dia, e os indivíduos estavam na região e ninguém atirou. Aquilo começou a deixar uma suspeita maior para a gente”, disse o delegado. 

Até o momento, não é possível confirmar se o prefeito sabia do crime, mas todos que estavam no veículo são investigados.

O advogado de defesa de Aprígio, Allan Mohamed, confirmou que o valor em espécie foi apreendido na casa do ex-prefeito, mas que o dinheiro é declarado e vem do trabalho dele como empresário. “Nós temos que deixar claro que o prefeito é a vítima”, anunciou Mohamed.

O irmão do ex-prefeito José Aprígio foi preso na ação da polícia. Allan Mohamed afirmou que a prisão não tem relação com as investigações do atentado. “Tomei conhecimento agora, e a prisão do irmão dele se deu em decorrência de uma arma de fogo que estava na residência dele, e não tem nenhuma correlação com o caso em questão”.

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