Aumento da Selic sozinho é ineficaz para conter inflação, diz economista

Taxa básica de juros, a Selic, subiu de 5,25% para 6,25% ao ano

Narley Resende

IPCA, a inflação oficial no País, acumula 9,68% em 12 meses, até agosto Marcello Casal Jr / Agência Brasil
IPCA, a inflação oficial no País, acumula 9,68% em 12 meses, até agosto
Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O aumento da taxa básica de juros sozinho é ineficaz para conter o avanço da inflação.  

De acordo com o economista Willian Eid, fatores como a falta de planejamento para gerir a crise hídrica e a oscilação no mercado internacional têm forte impacto na elevação dos preços no mercado interno.

Ele relaciona também o dólar caro e as constantes crises políticas como preponderantes para um ambiente econômica frágil.  

O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu, por unanimidade nesta quarta-feira (23), subir a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 5,25% para 6,25% ao ano.  

Na decisão, o Copom considerou a necessidade de segurar a alta de preços.  

Willian Eid afirma que entre os motivos do avanço da inflação está a falta de produtos, em razão do preço do dólar, aumento da exportação, entre outros.  

Para ele, os juros altos teriam eficácia se o avanço dos preços fosse causado por maior demanda e não por baixa oferta.  

O IPCA, a inflação oficial no País, acumula 9,68% em 12 meses, até agosto.  

Está muito acima da meta do Banco Central, de 3,75%, com uma tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima e para baixo.

O Copom também sinalizou um novo aumento de um ponto percentual na próxima reunião, em 45 dias.  

Se a previsão se cumprir, a taxa básica de juros saltará para 7,25% ao ano.

Ouça a entrevista de Narley Resende com o economista Willian Eid: