O diesel já está mais caro nas refinarias da Petrobras desde a meia noite desta terça-feira (10). O reajuste anunciado pela estatal foi de 8,8% e o valor do litro passou de R$ 4,51 para R$ 4,91 na venda para as distribuidoras. O aumento de 40 centavos deve ser repassado para as bombas, mas o consumidor não necessariamente vai sentir a alta imediatamente.
Segundo a companhia, o preço nas bombas depende dos lucros das distribuidoras e dos revendedores. Também há a incidência de impostos que impactam no valor final.
Com o aumento, caminhoneiros já começam a abandonar determinadas rotas. O frete entre o Sudeste e o Nordeste já não compensa em todas as ocasiões. O valor médio do combustível já está em R$ 6,63, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustível.
O caminhoneiro Wanderson da Assunção disse que desistiu de sair de São Paulo porque consegue desenvolver melhor autoria nas estradas, mesmo com gasto de pedagio, é assim consegue economizar um pouco no combustível.
Segundo a Petrobras, o aumento no diesel é provocado pela alta do petróleo no mercado internacional. A companhia destaca que o preço estava congelado há 60 dias, o último reajuste foi em março deste ano. A guerra na Ucrânia, que diminuiu a disponibilidade do óleo negro também é apontada como causadora da subida do diesel.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, e a colunista de economia da BandNews FM, Juliana Rosa, afirmam que nos próximos dias é provável que um aumento no valor da gasolina seja anunciado. A cotação do produto segue o mercado internacional e o encarecimento do dólar e do barril do petróleo já pressionam o caixa da Petrobras.
Na semana passada, a petroleira divulgou um lucro recorde no primeiro trimestre do ano. A ganho foi de R$ 44 bilhões nos três primeiros meses do ano.
O lucro foi considerado um “estupro” pelo presidente Jair Bolsonaro, embora a União seja a maior acionista da Petrobras e deva receber até R$ 19 bilhões em dividendos nos próximos meses. O presidente chegou a pedir que a estatal não aumentasse o valor dos combustíveis, mas não foi ouvido pelo Conselho de Administração da empresa.
Após o anúncio da alta no diesel, Jair Bolsonaro não se pronunciou.