Bauru e Vinhedo, no interior de SP, adotam rodízio de água por causa da seca

Cidades têm aplicado multas por desperdício de água

Júlia Letícia Machado

Bauru e Vinhedo, no interior de SP, adotam rodízio de água por causa da seca
Bauru e Vinhedo crise hídrica
Divulgação

Os municípios de Bauru e Vinhedo, no interior de São Paulo, adotam rodízio preventivo de água por causa da seca. A falta de chuvas provocou a queda do nível dos reservatórios que abastecem essas regiões. Em Bauru, quase 100 mil pessoas são prejudicadas. Já em Vinhedo a crise afeta 70% da população.  

A onda de calor fez crescer 30% o consumo de água em Vinhedo. Por lá, o rodízio afeta 74% dos bairros e deve durar quatro meses. Em entrevista à BandNews FM, o diretor da Estação de Tratamento de Água do município, Gabriel Carvalho, disse que a previsão é de que a seca se prolongue pelos próximos meses.

“A ação preventiva visa esses 120 dias justamente porque vamos entrar no pior período em questão de chuvas. A partir do mês de junho e julho, a gente já considera o período seco onde praticamente não há previsão de chuva para a nossa região aqui”, disse o diretor.

Em alguns bairros de Vinhedo, o abastecimento de água é cortado por 24 horas. Em outros, por 12 horas. Além disso, parte dos moradores também vai receber um reforço com caminhões-pipa. “Está sendo traçada uma logística de entregas nos pontos mais críticos da cidade. Vão se iniciar no final de semana (25) essas entregas para complementar o abastecimento e minimizar o efeito à população”, afirmou Gabriel Carvalho.

Em Bauru, também estão sendo feitas operações com caminhões-pipa, além da instalação de bicas d'água por diferentes bairros. O rodízio começou em 7 de maio, afetando mais de 100 mil pessoas de um total de 380 mil habitantes. O sistema prevê 24 horas com fornecimento de água, seguida por 48 horas sem o serviço. Bairros abastecidos pelo Rio Batalha – em especial de áreas altas – são os mais atingidos, já que o nível do lago está em menos de 2 metros, quando o normal ultrapassa os 3 metros.

O presidente do Departamento de Água e Esgoto de Bauru, Leandro Dias Joaquim, diz que o município vem tentando reduzir a dependência do rio e afirma que a prioridade no momento é abastecer os reservatórios da cidade.

Tanto Bauru quanto Vinhedo têm aplicados multas por desperdício, o que inclui lavar a calçada ou automóvel com a mangueira, regar jardins e encher piscinas.

  • *Sob supervisão de Alexandre Bentivoglio

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