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A colunista Mônica Bergamo, da BandNews FM, repercutiu nesta segunda-feira (1º) sobre os bastidores do poder no Palácio do Planalto e os conselhos dados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para arrefecer as críticas realizadas contra o Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto.
Segundo a jornalista, havia um entendimento no governo federal de que Lula deveria ir a público e posicionar-se contra um suposto "movimento" do mercado financeiro, que pressionava o presidente a aceitar discutir temas sensíveis ao eleitorado petista: mudança no cálculo de reajuste no salário mínimo, que pressiona o cálculo da previdência; desvinculação de reajustes de benefícios do salário mínimo; alterações da vinculação dos orçamentos de educação e saúde a receita.
"São várias coisas que o presidente não tem condição política de fazer, pela base dele e de onde vem, de quem o elege e o apoia, e não quer fazer. Lula, então, deu uma série de entrevistas e falou sobre esses assuntos. As declarações mexeram com o mercado, as declarações influíram no dólar", explicou.
No entanto, após um forte alta no dólar - que atingiu picos de R$ 5,59 na última sexta-feira (28), o maior valor desde janeiro de 2022 - o sinal de alerta foi ligado no Planalto. "A gente sabe que quando o dólar sobe muito, isso tem um impacto na inflação. Essa alta foi creditada por diversos economistas e analistas às falas do Lula contra o Banco Central, e a dúvida é se o presidente segue no ataque ou recua um pouco", disse.
"Mas o fato é que, agora, há um entendimento sendo discutido de que é preciso recuar um pouco, acalmar um pouco o chamado mercado. Não se trata de uma disputa como qualquer outra. As condições em casos de economia podem se deteriorar a tal ponto que, quando o governo for conversar, a inflação já pode estar correndo rico de subir muito, os fundamentos econômico alterados para pior. Ao invés de se fortalecer, o governo, se não usar o tom correto, pode se enfraquecer, apesar de falar alto", completou.