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Bolsonaro comemora chuvas e fala em determinar fim da bandeira extra na conta de luz

Presidente não tem poder de acabar com a cobrança extra na conta de energia; Aneel tinha apontado que valor a mais na conta seguiria até abril de 2022

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Bolsonaro afirma que vai determinar a retirada da bandeira tarifária chamada de Escassez Hídrica Imagens: Agência Brasil
Bolsonaro afirma que vai determinar a retirada da bandeira tarifária chamada de Escassez Hídrica
Imagens: Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro disse que vai determinar ao Ministério de Minas e Energia a retirada da bandeira tarifária chamada de Escassez Hídrica. O custo da tarifa extra na conta de luz é de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. A declaração do presidente foi dada nesta quinta-feira (14) em um encontro com evangélicos.

Bolsonaro também comemorou a volta das chuvas: “Meu bom Deus nos ajudou agora com chuvas. Estávamos na iminência de um colapso. Doí a gente autorizar o ministro Bento, das Minas e Energia, decretar a bandeira vermelha (sic). Sabemos as dificuldades da energia elétrica. Vou pedir, pedir não, determinar que ele volte a bandeira normal a partir do mês que vem.”, afirmou o presidente.

A decisão sobre a bandeira tarifária, no entanto, não é atribuição do presidente e nem do ministro, mas da Agência Nacional de Energia Elétrica. A Aneel criou a bandeira Escassez Hídrica no fim de agosto por conta da maior seca em 90 anos nos reservatórios brasileiros. Quando anunciada, a agência afirmou que a cobrança extra seria cobrada até abril de 2022.

A bandeira vermelha, patamar 2, que estava vigente até setembro deste ano, tinha custo de R$6,24 para cada 100kWh. No entanto, não está claro se o presidente falou no retorno para o patamar 2 da cobrança extra ou a retirada de toda e qualquer cobrança extraordinária na energia elétrica.

O aumento na conta de luz tem pressionado a inflação e encarecido diferentes produtos, já que a indústria é dependente da energia elétrica.

Embora as chuvas estejam acima da média em alguns pontos neste mês de outubro, a jornalista da Climatempo Paula Soares afirma que ainda não foi sentido um aumento nos níveis dos reservatórios. O Operador Nacional do Sistema Elétrico tem perspectivas positivas para precipitações em outubro, mas ainda fala em momento difícil para a geração de energia.

RECUSA TERMOELÉTRICA

Com a baixa nos reservatórios das hidrelétricas, o governo planeja investir R$ 20 bilhões para renovar e ampliar o parque de usinas térmicas movidas a carvão nos próximos 10 anos.  

O BNDES, no entanto, informou – segundo o jornal O Estado de São Paulo – que somente apoia projetos de energia limpa e, até segunda ordem, não pretende financiar o programa.

Nos últimos cinco anos, o banco firmou contratos no valor de R$ 34 bilhões para projetos com fontes hídricas, solares e de biomassa, além de termelétricas a gás.

A aposta nas usinas com carvão é criticada por especialistas por conta do grande impacto ambiental.