A Polícia Federal identifica uma transferência de dinheiro de Jair Bolsonaro para uma conta nos Estados Unidos no valor de R$ 800 mil. A movimentação é datada do dia 27 de dezembro de 2022 - quatro dias antes do fim do governo.
A suspeita é de que o dinheiro seria usado para custear a permanência do ex-presidente no país enquanto aguardaria um golpe de Estado no Brasil.
Em vídeo divulgado ontem à noite, Bolsonaro confirmou a transferência, mas se defendeu das acusações.
Em meio à análise do material apreendido na Operação Tempus Veritatis, a PF apura se comandantes do Exército e da Aeronáutica cometeram crime de omissão.
Segundo os investigadores, Freire Gomes e Carlos Baptista Júnior teriam conhecimento do plano golpista, mas não denunciaram.
Outro alvo da operação é o ex-comandante de Operações Especiais, general Mário Fernandes.
O militar é apontado na delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, como um dos mais radicais.
Durante a reunião ministerial de julho de 2022, divulgada pelo Supremo Tribunal Federal, Mário Fernandes afirma que é preciso "agir logo".
A defesa de Bolsonaro entrou com pedido no STF para que o ministro Alexandre de Moraes deixe a condução do caso.
Os advogados alegam que o magistrado perdeu a imparcialidade ao ser apontado no inquérito como possível vítima da trama conspiratória. O advogado do militar Marcelo Câmara também tomou a mesma atitude.
Preso na Operação da semana passada, o coronel do Exército teria monitorado as movimentações de Moraes para um plano de prisão do ministro.
Em outro ponto, o ex-ministro do segundo governo Lula, Roberto Mangabeira Unger pretende entrar com um habeas corpus preventivo no Supremo para garantir que Bolsonaro não seja preso.
A informação é da Colunista da Rádio BandNews FM Mônica Bergamo, e também afirma que Mangabeira já consultou amigos da área jurídica e políticos sobre a iniciativa.
Ele também conversou com autoridades de tribunais superiores de Brasília e com o próprio ex-presidente, pessoalmente sobre os processos a que o ex-presidente responde na Justiça.
A Constituição permite que qualquer cidadão, sendo ou não advogado, entre com habeas corpus na Justiça se entender que o direito fundamental de outra pessoa está ameaçado.
O filósofo afirma que é preciso reconciliar o país e que, para isso, seria importante que Bolsonaro fosse poupado de uma prisão que poderia radicalizar os ânimos de seus apoiadores.