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Braskem admite culpa no afundamento do solo de bairros de Maceió

Vice-presidente da empresa prestou depoimento em CPI instalada no Senado

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Braskem admite culpa no afundamento do solo de bairros de Maceió
Braskem admite culpa no afundamento do solo de bairros de Maceió
Robson Barbosa / AFP

Pela primeira vez, um representante da Braskem admite que a petroquímica tem responsabilidade no desastre ambiental e social provocado pela exploração de sal-gema em Maceió.

Durante a sessão desta quarta-feira (10) na CPI sobre o tema no Senado, o vice-presidente da empresa, Marcelo Arantes, afirmou que a companhia reconhece os danos causados à cidade.

Arantes disse, no entanto, que a Braskem sempre esteve disponível e empregou todos os esforços para sanar os prejuízos a milhares de famílias envolvidas, por meio de acordos de compensação.

"A Braskem tem, sim, a contribuição e é responsável pelo evento acontecido em Maceió. Isso já ficou claro. Não é à toa que todos esforços da companhia têm sido colocados para reparar, mitigar e compensar todo o dano causado de subsidência na região", afirmou.

Uma das 35 minas mantidas pela companhia em Alagoas se rompeu em dezembro de 2023, na Lagoa do Mundaú, e os estragos impactam até hoje a vida de moradores e comerciantes da região.

Cinco bairros são afetados desde 2019, com frequentes tremores e afundamento do solo. Mais de 60 mil moradores tiveram que abandonar as casas.

Um acordo assinado em fevereiro entre a Defensoria Pública da União, a Federação de Pescadores de Alagoas e a Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores, definiu que os marisqueiros e pescadoras da Lagoa do Mundaú, que foram impedidos de trabalhar pelo desastre, receberiam indenização pela Braskem.

Os valores determinados foram de R$ 4.236, referente a três salários mínimos.

Paralelo às ações indenizatórias, a Polícia Federal apura indícios de que a Braskem tenha apresentado dados falsos e omitido informações relevantes dos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da exploração de sal-gema em Maceió.

Em dezembro do ano passado, 14 mandados de busca e apreeensão foram cumpridos.

De acordo as investigações, foram identificados indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas no local não seguiram os parâmetros de segurança.

Segundo a Polícia Federal, os investigados poderão responder pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União e apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos.

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