O Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil vão checar se há restos mortais de uma criança na casa onde uma mulher e os dois filhos foram resgatados após 17 anos em cárcere privado. Os militares e agentes estão levando cães farejadores para o imóvel em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro.
A denúncia foi feita por vizinhos, que já alertavam há dois anos sobre a situação da família resgatada pela Polícia Militar na última quinta-feira.
A mulher e os dois filhos, de 19 e 22 anos, receberam alta médica e estão na casa de um parente. Luís Antônio Santos Silva foi preso em flagrante por manter a esposa e os filhos em cárcere privado e responde ainda por maus tratos e tortura.
No momento do resgate, as vítimas estavam amarradas e subnutridas.
A Corregedoria da Polícia Civil e o Ministério Público investigam o motivo de o resgate ter demorado dois anos para acontecer após a primeira denúncia.
A PM afirma que só soube do crime na quinta-feira passada quando enviou militares ao local para fazer o resgate. A Polícia Civil diz que enviou três inquéritos para o Ministério Público, sendo o último em maio.
O MP, por sua vez, informa que recebeu uma denúncia do Conselho Tutelar em 2020 e alertou as Polícias Militar e Civil propondo ainda uma ação judicial para medidas de proteção.
O Conselho Tutelar afirma que acompanhou o caso após ter sido acionado pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio e alertou MP e Polícias, mas sem sucesso.
Já o Tribunal de Justiça diz que ao ser consultado pelo Conselho Tutelar sobre uma busca e apreensão de adolescente, já que um dos jovens tinha 17 anos na época da denúncia, informou que uma demanda deveria ser apresentada ao Plantão Judiciário.
Texto de Agatha Meirelles, Marcus Sadok e Mariana Albuquerque, da Rádio BandNews FM no Rio de Janeiro.