Caso Atakarejo: Polícia prende sete envolvidos na morte e tortura de acusados de furto

Investigação segue para saber se a morte das vítimas teve participação da direção do supermercado

Bruno Barros, 29 e Yan Barros da Silva, 19 Foto: Reprodução
Bruno Barros, 29 e Yan Barros da Silva, 19
Foto: Reprodução

A Polícia Civil da Bahia confirma que um dos seguranças do supermercado Atakarejo, em Salvador, pediu R$ 700 para liberar Bruno Barros, de 29 anos, e o sobrinho dele, Yan Barros da Silva, de 19, mortos no último dia 26 de abril, depois de serem flagrados furtando pacotes de carne do estabelecimento.

Os corpos tinham marcas de tiro e sinais de tortura.

Em coletiva de imprensa, na manhã desta segunda (10), a delegada Andréa Ribeiro afirmou que investiga se há relação entre a direção do supermercado e ordem para as mortes.

Os seguranças negam participação no crime.

Ainda de acordo com a delegada, a atitude era comum entre os seguranças do supermercado. No ano passado, em um caso semelhante, os seguranças mentiram em depoimento.

Sete mandados de prisão foram cumpridos durante a Operação Retomada, da Polícia Civil da Bahia, que busca os envolvidos na morte dos jovens.

As prisões ocorreram no bairro de Amaralina, em Salvador, onde o policiamento foi reforçado, e na cidade de Conceição do Jacuípe, no centro norte do estado.

Mais de 200 policiais civis e militares participaram da ação.

Na última sexta-feira (7), o Ministério Público da Bahia havia pedido a prisão preventiva dos suspeitos.

Em nota, o supermercado Atakarejo disse que repudia qualquer ato de violência e colabora com as investigações.

O CASO

O tio e o sobrinho foram achados mortos no dia 26 de abril com sinais de tortura e atingidos por arma de fogo.

A mãe de Yan afirmou que os dois foram mortos depois de serem flagrados roubando alimento do supermercado. Segundo ela, o tio, Bruno havia pedido ajuda da polícia para uma amiga.

A polícia chegou depois de ouvir sobre o caso pela população e diz não ter recebido chamados antes disso. Ao chegar no local, os funcionários não confirmaram as denúncias.

No dia 30, família e amigos se manifestaram, pedindo justiça por Bruno e Yan, em frente ao supermercado e na rua onde as duas vítimas moravam.

O caso é acompanhado pela OAB da Bahia e entidades dos Direitos Humanos.