Caso João Pedro: família protesta contra decisão que absolveu policiais

João Pedro morreu em maio de 2020; jovem estava em casa com amigos quando foi baleado na barriga

BandNews FM

Caso João Pedro: família protesta contra decisão que absolveu policiais
João Pedro Matos Pinto, de 14 anos
Reprodução

Sob gritos de justiça, parentes e amigos do menino João Pedro Matos realizaram um protesto em frente ao Tribunal de Justiça do Rio, no Centro. A manifestação desta quinta-feira (11) ocorreu após a decisão que absolveu os três policiais réus pela morte do jovem de 14 anos.

João Pedro morreu em maio de 2020 durante uma ação de policiais federais e civis no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Ele estava em casa com amigos quando foi baleado na barriga. A residência ficou com 72 marcas de tiros.

Nesta semana, a Justiça absolveu os policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister.

A mãe de João Pedro, Rafaela Matos, conta que a sensação ao receber a notícia da absolvição foi como uma segunda morte do filho:

 É uma segunda morte, porque, quando nós recebemos a decisão, foi como se eu tivesse revivendo tudo novamente. A morte do João, ficou como se a nossa luta tivesse sido em vão. Mas nós não vamos desistir, nós vamos continuar lutando porque não pode ficar da maneira que está. A nossa família merece respeito. A nossa família merece que seja revista essa decisão”. 

Na decisão, a juíza Juliana Bessa entendeu que os agentes agiram em legítima defesa ao serem atacados a tiros por traficantes e que não tinham a intenção de matar o menino. Eles também foram absolvidos da acusação de alteração da cena do crime.

Os agentes responderam ao processo em liberdade. O pai de João Pedro, Neilton da Costa, diz que é injusto os policiais seguirem a vida normal, enquanto a família lamenta durante quatro anos a morte do jovem.

"Durante esses quatro anos após o assassinato de João Pedro, os policiais vivem a vida deles normalmente. Com os familiares em datas comemorativas, como aniversário, Natal, Ano Novo, Dia das Mães, Dia dos Pais. Mas a minha família não comemora mais nada disso, porque não faz sentido. É um caso para se pensar, doutora Juliana Bessa". 

A família vai recorrer da decisão da Justiça. Em nota, a Defensoria Pública, na qualidade de representante dos parentes do jovem, afirmou que vai apresentar recurso.

Tópicos relacionados