O lance mais polêmico do duelo entre Corinthians e Grêmio, disputado na última segunda-feira, na Neo Quimica Arena, pelo Campeonato Brasileiro, é entendido como um erro pela CBF. A Comissão de Arbitragem da entidade reconheceu que os árbitros falharam ao não darem pênalti para o time gaúcho, já nos acréscimos do empate por 4 a 4 entre os rivais.
Yuri Alberto, atleta dos anfitriões, fez um movimento de ampliação do espaço, e bloqueou com o braço um cruzamento em direção à área, num ataque gremista. Após alguns instantes de diálogo entre os representantes do apito, o jogo seguiu.
Péricles Bassols, gerente técnico do VAR, analisou o episódio, em vídeo publicado no site oficial da Confederação Brasileira de Futebol.
“Aos 49 minutos da segunda etapa, o atleta número 9 da equipe de branco e preto, em ação de bloqueio, com o braço em posição antinatural e aumentando seu espaço corporal, intercepta um cruzamento à área. O bloqueio da bola com o braço nesta ação caracteriza a infração de pênalti, portanto uma penalidade deveria ser marcada no campo de jogo. E quando não marcada, o VAR deveria recomendar revisão para tal ação”, disse o ex-árbitro.
Nos áudios, também divulgados, o árbitro de vídeo Emerson de Almeida Ferreira (MG) considera que o jogador do Corinthians está "recolhendo o braço". A tendência é que todos sejam afastados, como forma de punição, pela Comissão.
O que diz a regra
Regra 12
Tocar a bola com a mão ou braço
Com a finalidade de determinar com clareza as infrações por toque na bola com a mão, o limite superior do braço se alinha com o ponto inferior da axila. Nem todos os contatos da mão ou do braço de um jogador com a bola constituem uma infração.
No entanto, cometerá uma infração o jogador que:
• tocar na bola com sua mão ou seu braço deliberadamente; por exemplo, deslocando a mão ou o braço na direção da bola;
• tocar na bola com sua mão ou seu braço quando estes ampliarem o corpo do jogador de maneira antinatural. Considera-se que um jogador amplia seu corpo de forma antinatural quando a posição de sua mão ou seu braço não for consequência do movimento do corpo nessa ação específica ou não puder ser justificada por esse movimento. Ao colocar a mão ou o braço nessa posição, o jogador assume o risco de que a bola acerte essa parte de seu corpo e de que isso constitua uma infração;
• marcar um gol no adversário:
- diretamente com a mão ou o braço, mesmo que em uma ação acidental, incluindo por parte do goleiro da equipe atacante;
- imediatamente depois de a bola tocar na mão ou no braço, mesmo que de maneira acidental.