O miliciano até então mais procurado do Rio de Janeiro, Luiz Antônio da Silva Braga, vai passar audiência de custódia na tarde desta terça-feira (26). Zinho participará de uma videoconferência marcada para às 13h.
A prisão do criminoso pode abrir espaço para uma nova guerra na Zona Oeste do Rio. Na segunda (25), o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, disse que as ações das forças de segurança precisam ser mantidas. Segundo especialistas, grupos criminosos rivais podem tentar tomar o controle de áreas dominadas pelo grupo de Zinho.
O miliciano, que era o mais procurado do Rio, deve ser ouvido pela Polícia Federal nos próximos dias. A expectativa é que o criminoso colabore com as autoridades na investigação de crimes. Zinho se entregou na Superintendência da PF no último domingo (24), na véspera do Natal.
Segundo advogados, o criminoso estava preocupado com a situação da família. Em outubro, um sobrinho de Zinho foi morto em uma operação policial. Em resposta, criminosos incendiaram 35 ônibus e levaram pânico a Zona Oeste do Rio de Janeiro. A região é dominada pela milícia, que cobra taxas de segurança e para venda de determinados produtos nas áreas dominadas.
O criminoso já está no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, em uma cela isolada, numa área do presídio destinada aos milicianos. Ele estava foragido desde 2018 com pelo menos 12 mandados de prisão emitidos.
Há cerca de uma semana, o miliciano foi alvo de duas operações deflagradas pela Polícia Federal do Rio, com o objetivo de desarticular os braços financeiros e políticos da organização criminosa.
Uma delas levou ao afastamento da deputada estadual Lucinha (PSD) das funções parlamentares. Ela é acusada de usar o cargo político para beneficiar a milícia de Zinho. Além disso, as investigações apontaram que a deputada era chamada de "madrinha" pelos criminosos.
Luiz Antônio da Silva Braga assumiu a chefia da principal milícia da Zona Oeste em 2021, após a morte do irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko. Antes disso, ele já lavava o dinheiro do grupo e cuidava das movimentações financeiras.