Chile terá 2º turno entre extrema direita e esquerda em 19 de dezembro

Chilenos foram às urnas no domingo (21) para escolher o sucessor de Sebastián Piñera; candidato que fez campanha direto dos EUA ficou em terceira

BandNews FM

José Antônio Kast, da ultra direita, e Gabriel Boric, da esquerda, disputam o 2º turno no Chile. Foto: Reprodução/Twitter
José Antônio Kast, da ultra direita, e Gabriel Boric, da esquerda, disputam o 2º turno no Chile.
Foto: Reprodução/Twitter

Com a apuração das urnas praticamente concluída, o Chile tem definido um segundo turno das eleições presidenciais entre a extrema direita e a esquerda. Neste domingo (21), os eleitores votaram no substituto de Sebastián Piñera, direitista que se salvou do impeachment na última semana após se acusado de corrupção. As urnas serão reabertas novamente no dia 19 de dezembro.

Qualquer que for o resultado, no entanto, representa a chegada de uma nova coalização ao poder desde a redemocratização, em 1990.

Com 99,03% dos votos contabilizados, José Antônio Kast, do Partido Republicano, tem 27,92% dos votos. Kast defendeu na campanha a ditadura de Augusto Pinochet e fala em restaurar a ordem no país. Ele já foi chamado na imprensa chilena de Bolsonaro do Chile. Com 25,90% dos votos, Gabriel Boric, do Convergência Social, aparece em segundo lugar. Boric prega um novo sistema de aposentadoria, que segue o modelo de capitalização no Chile, além de ter uma pauta de legalização do aborto, a criminalização da violência contra a mulher e planos sociais para a comunidade de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros.

Ambos os candidatos são deputados atualmente e embora sejam de partidos que nunca chegaram ao Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, será preciso construir alianças com a direita de Piñera e a esquerda apoiada por Michele Bachelet.

O economista Franco Parisi, do Partido de La Gente, aparece em terceiro lugar. O professor da universidade do Alabama, nos Estados Unidos, não pisou no Chile pra fazer campanha e tem problemas na justiça no país de origem. Mesmo fazendo campanha de fora do país, ele conseguiu novos apoios após o quarta ligar na eleição de 2013.

O voto não é obrigatório no Chile e a expectativa é que 50% dos eleitores tenham comparecido. O número seria compatível aos últimos pleitos.