Cidade em Retratos: Adélia Rodrigues e a Gastronomia Periférica

A psicóloga é uma das responsáveis pelo curso que usa a cozinha para transformar a realidade

Arthur Covre

Adélia prepara os certificados de conclusão do curso Foto: Arquivo Pessoal
Adélia prepara os certificados de conclusão do curso
Foto: Arquivo Pessoal

Adélia Rodrigues não se sente paulistana. “Eu sou uma nordestina que vive em São Paulo”. Natural de Codó, no Maranhão, nunca mais esteve na cidade onde nasceu. 

Veio para a capital paulista ainda criança e cresceu no Jardim Boa Vista, bairro da periferia oeste da cidade, onde pegou gosto pela leitura. “Eu tinha muita vergonha de falar porque as pessoas tiravam sarro do meu sotaque. Então, os livros funcionavam como fuga, mas ao mesmo tempo como empoderamento”, conta.

A psicóloga gosta de conversar. De falar e ouvir. Foi assim que passou a ser a gestora de projetos com jovens em uma ONG, onde conheceu o chef Edson Leite, responsável por oficinas de cozinha. Os dois uniram forças e fundaram a Gastronomia Periférica, curso que forma profissionais da periferia para o ramo culinário. “A maioria das cozinhas é ocupada por periféricos que não foram qualificados para estarem ali. Quando você pensa o ser humano, você consegue entender que essa pessoa, bem trabalhada, pode atingir um potencial maior, trazer renda para a casa dela e vai virando uma escala de mudanças”. 

A história de Adélia Rodrigues e do curso Gastronomia Periférica é assunto de mais uma coluna Cidade em Retratos com o repórter Arthur Covre.

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