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Cidade em Retratos: Daniel Caballero, o artista plástico que criou um Cerrado Infinito em SP

Em praça da Pompeia, ele usou plantas para recriar o "marco zero" da vegetação local

Arthur Covre

Daniel Caballero traz um "lembrete do paraíso perdido paulistano".
Daniel Caballero traz um "lembrete do paraíso perdido paulistano".
Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

A paisagem urbana sempre foi o foco do artista plástico paulistano Daniel Caballero. “Uma coisa que me intrigava era saber o que havia aqui antes da formação da cidade. Comecei a andar em busca dos vestígios de algo anterior à capital paulista, pré-colonial”, conta.

Daniel passou a andar por aí, entrar em terrenos baldios e a estudar o assunto. Descobriu que boa parte da vegetação que havia aqui não era de Mata Atlântica como muita gente pensa. “São Paulo é um cerrado sobrevivente. Eu diria que, de Santo Amaro para cima, quase tudo era cerrado. São os Campos de Piratininga onde a cidade começou”, explica.

Daniel passou, então, a usar as espécies para montar a uma obra artística viva: o Cerrado Infinito, uma arqueologia vegetal de São Paulo que virou exposição e, depois, foi para rua, em um terreno na Praça Homero Silva ou “Praça da Nascente” no bairro da Pompeia, na zona oeste. “Plantei, por exemplo, a guabiroba que é parente da goiabeira. Também o Araça que deu nome ao cemitério”. 

O artista plástico colocou a mão na massa para recriar a paisagem de cerrado na praça, contando com a ajuda de voluntários e da prefeitura que apoiou o projeto. 

Daniel Caballero é mais um personagem da coluna Cidade em Retratos. 

Ouça a reportagem de Arthur Covre.

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