Na reta final da CPI da Pandemia, foram ouvidos nesta quinta-feira (07), Tadeu Frederico Andrade, cliente da Prevent Senior, e Walter Correa de Souza Netto, médico que trabalhou na empresa operadora de planos de saúde.
O primeiro depoimento foi de Tadeu Andrade, que destacou ter quase morrido. Ele pontuou que fez uma consulta por telemedicina e em menos de 10 minutos a médica disse que mandaria os medicamentos do chamado Kit Covid por um motoboy.
Tadeu também afirmou que o prontuário dele trazia orientação para cuidados paliativos, medida tomada para pacientes que não tem quadro grave e com pouco chance de cura, e recomendava que não fosse feita a reanimação caso necessário. O documento dizia ainda que a filha dele concordava com o procedimento, o que seria mentira.
A CPI também ouviu o ex-médico da Prevent, Walter Correa Netto, que destacou o fato de alguns pacientes da operadora chegarem a passar por três protocolos alternativos ao mesmo tempo.
Ele destacou que não havia coordenação adequada sobre esses protocolos, e que conversas nos corredores do hospital verificaram que os tais tratamentos alternativos estavam piorando as condições dos pacientes.
O senador Renan Calheiros perguntou ao médico como a Prevent controlava as equipes para saber quem receitava ou não os medicamentos sem eficácia, e Walter de Souza respondeu que as chefias de equipes tinham a contagem dos kits, e sabiam quem prescrevia ou não.
A Prevent Senior é acusada de encobrir números de mortes e orientar médicos a prescrever medicamentos ineficazes contra a Covid-19 como clororquina. Os crimes de responsabilidade foram denunciados em um documento por um grupo de médicos da Prevent.
A nova convocação do Ministro Marcelo Queiroga também aumenta a preocupação de que o relatório final da CPI fique atrasado.
Inicialmente, a ideia era de que o material fosse entregue no dia 15, com possibilidade de emendas até o dia 19, e a votação final ocorrendo na manhã de 20 de outubro, mesmo dia em que a CPI seria encerrada.