O presidente Jair Bolsonaro tem uma ligação telefônica com o homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky marcada para esta segunda-feira (18). A conversa teria sido pedida pelo presidente da Ucrânia e será tratada como “segredo de Estado”, segundo o chefe do Executivo.
Em conversa com jornalistas neste domingo (17), Bolsonaro disse não saber o que o presidente ucraniano deseja, mas afirmou que “se [Zelensky] perguntar para mim alguma coisa, onde podemos colaborar, eu vou dar a minha opinião”.
Na última quinta-feira (14), em viagem ao Maranhão, o presidente disse ter a solução para o fim da guerra e afirmou lamentar que o caminho seja o mesmo da Argentina, em 1982, quando houve rendição do país vizinho na guerra pela soberania das Ilhas Malvinas, disputada com o Reino Unido.
A conversa agendada para esta segunda (18) é a primeira entre os presidente do Brasil e da Ucrânia desde o início do conflito. Anteriormente, Bolsonaro conversara com o homólogo russo Vladimir Putin. Dias antes da invasão das tropas do Kremlin, o brasileiro foi recebido por Putin em Moscou. A viagem foi criticada na época, por haver um “apoio” a operação militar mesmo que desfaçado.
Antes da ligação com Zelensky, Bolsonaro já tinha feito declarações depreciativas ao ucraniano e disse que lamentava o povo ter escolhido um “comediante” para liderar a nação.
O telefonema não consta da agenda oficial divulgada pelo Palácio do Planalto e deve ser acompanhado exclusivamente pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos França.