Comissão da Câmara adia votação de projeto que quer proibir união homoafetiva

Audiência foi remarcada para o dia 27 de setembro

Rádio BandNews FM

Comissão da Câmara adia votação de projeto que quer proibir união homoafetiva
Comissão da Câmara adia votação de projeto que quer proibir união homoafetiva
REUTERS/Adriano Machado

A votação de projeto de lei que prevê proibição da união homoafetiva foi adiada após diversos bate-bocas na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados.

Os parlamentares vão se reunir novamente no próximo dia 27, em uma quarta-feira, para continuar o debate do PL. A audiência desta terça (19) chegou a paralisada por mais de uma vez após pressão do movimento LGBTQIA+, que estava no local e considera a medida inconstitucional e um ataque a cidadania no Brasil. Diversas entidades da comunidade se manifestaram e protestaram contra a votação da comissão.

O projeto pretende incluir no Código Civil que “nenhuma relação entre pessoas do mesmo sexo pode equiparar-se ao casamento ou entidade familiar”. 

No entanto, a união de pessoas do mesmo sexo já é um tema consolidado no Brasil. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal já havia reconhecido a união de pessoas do mesmo sexo como núcleo familiar. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que os cartórios do Brasil realizassem casamentos homoafetivos. Em 2015, a então ministra do STF Carmem Lúcia considerou que uma união estável homoafetiva é equivalente à entidade familiar e garantiu a um casal de homens do Paraná o direito de adotar duas crianças, abrindo precedente para casos similares.

O relator do texto, deputado federal Pastor Eurico (PL-PE), quer anular a decisão que equipara as relações homoafetivas e as relações heterossexuais. Em sua justificativa, o deputado argumenta que a Constituição só prevê como “família” o núcleo de pessoas formado por homem e mulher.

Caso seja aprovado, o texto ainda precisará passar outras comissões antes de ir ao plenário e posteriormente, ao Senado.