O Ministério Público Federal instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar a conduta de policiais militares e de agentes da Polícia Rodoviária Federal em operação nesta terça-feira (24).
A ação foi realizada no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, e deixou 22 pessoas mortas. De acordo com a PM, entre as vítimas estão 21 suspeitos e uma moradora vítima de bala perdida.
Sete pessoas também ficaram feridas. Entre elas, está um policial civil da Delegacia de Homicídios da Capital, que foi atingido por estilhaços. O agente foi socorrido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde passa por atendimento. A equipe dele foi até a comunidade da Chatuba, também no Complexo da Penha, para fazer perícia no lugar onde a moradora foi baleada e acabou morrendo.
Segundo o porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, o Comando Vermelho, que é a facção que atua naquela região, passou a dar abrigo a traficantes de diversos estados, que comandam do Complexo da Penha, as atividades ilegais no Norte e Nordeste do Brasil.
A operação foi emergencial porque a inteligência da corporação detectou a movimentação de centenas de traficantes que estavam escondidos no Complexo da Penha e iriam se deslocar.
De acordo com a PM, o bando é o responsável por 8 em cada 10 confrontos no Rio de Janeiro. Logo nas primeiras horas da manhã, policiais militares e agentes da PRF foram recebidos a tiros pelos criminosos.
A maior parte dos confrontos aconteceu em áreas de mata. Pelas redes sociais, os traficantes pediam ajuda a outros criminosos ao ficarem cercados.
A polícia também usou uma retroescavadeira para tirar barricadas colocadas nos acessos à comunidade. Treze fuzis, pistolas, granadas, 20 veículos e grande quantidade de drogas foram apreendidos.
Por causa do tiroteio, 11 escolas municipais não funcionaram, deixando milhares de alunos sem aula.