Em meio à discussão orçamentária para o próximo ano, o Palácio do Planalto enviou uma prévia dos gastos com a intenção de zerar o déficit nas contas públicas. No entanto, o Congresso Nacional pode dificultar a meta estabelecida pelo governo federal ao defender um aumento robusto nas verbas direcionadas às emendas parlamentares.
Atualmente, os deputados e senadores podem utilizar R$ 36 bilhões destinados ao envio de verbas para seus redutos eleitorais.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ao Congresso uma previsão do orçamento do próximo ano com um aumento de R$ 1 bilhão nas emendas e elevou os gastos dos parlamentares de R$ 36 bilhões para R$ 37 bilhões.
Porém, segundo o colunista Rodrigo Orengo, o Legislativo busca uma negociação para que haja mais R$ 20 bilhões disponíveis, com um total de R$ 56 bilhões em gastos disponíveis para os deputados e senadores.
A pressão ocorre em meio à luta do governo para equalizar as contas e não permitir que haja um gasto acima da arrecadação.
Economistas argumentam que, para honrar as regras fiscais do arcabouço - aprovada e sancionada pelo presidente Lula nesta semana -, o ministério da Fazenda terá de ir em busca de R$ 170 bilhões para completar a arrecadação.
Há, ainda, a possibilidade deste número aumentar caso o governo aceite as reivindicações do Congresso e amplie em mais de 50% os recursos destinados às emendas parlamentares.