O deputado federal Luis Miranda e o irmão dele, servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, são aguardados na CPI da Pandemia nesta sexta-feira (25). A reunião da comissão será no período da tarde, às 14h, e pode se estender para a próxima semana. Os irmãos foram convocados pela comissão parlamentar de inquérito após Luis Miranda afirmar que esteve com o presidente Jair Bolsonaro para denunciar irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin.
Segundo Luis Ricardo Miranda, que é servidor de carreira do Ministério da Saúde e atuava como chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde na época da compra. Ele aponta que o valor da negociação estava acima do valor praticado em outros contratos, além de prever um pagamento antecipado.
Luis Ricardo Miranda estava em viagem, por isso, o depoimento está convocado para o período da tarde desta sexta-feira (25).
A vacina indiana teve o contrato firmado ainda antes da aprovação do imunizante pela Anvisa. A falta de liberação da agência foi usado como justificativa pelo governo para o atraso na compra da Pfizer e da CoronaVac.
A vacina Covaxin apresentou apenas recentemente os dados da eficácia, que está em torno de 77%. No entanto, a pesquisa ainda não foi divulgada em pesquisas científicas e nem foi aprovada por agências de vigilância sanitária em outros países importantes.
Em entrevista à BandNews FM, o deputado do Democratas do Distrito Federal foi taxativo sobre as irregularidades e disse que existiam pessoas no Ministério da Saúde que fizeram pressão pela assinatura rápida do contrato com a Covaxin. O parlamentar disse que as provas das denúncias serão apresentadas à CPI e que ele não estava denunciando suspeitas, mas afirmando.
O governo tem se defendido das denúncias. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, afirmou que os documentos dos irmãos Miranda são falsos e disse que a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União vão investigar os denunciantes e não as denúncias.
O ministro também fez falas duras que foram apontadas como ameaças aos irmãos, por isso, a CPI requisitou segurança da Polícia Federal para os denunciantes.
Onyx Lorenzoni também deve ser convocado pela CPI da Pandemia.
Em live nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro refutou as denúncias e disse que as irregularidades levantadas foram levadas ao ministro da época, Eduardo Pazuello, e que não foram encontrados problemas nos contratos.
Segundo o presidente, não houve desembolso pela Covaxin, por isso, as denúncias seriam para enfraquecer o governo.