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CPI da Pandemia questiona "Capitã Cloroquina" sobre tratamento precoce e o aplicativo TrateCov

A secretária confirmou a afirmação do ex-ministro Eduardo Pazuello, que atribuiu a ela a responsabilidade do desenvolvimento do TrateCov

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A secretária confirmou a afirmação do ex-ministro Eduardo Pazuello, que atribuiu a ela a responsabilidade do desenvolvimento do TrateCov
A secretária confirmou a afirmação do ex-ministro Eduardo Pazuello, que atribuiu a ela a responsabilidade do desenvolvimento do TrateCov
Foto: Reprodução/TV Brasil

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga ações adotadas durante a pandemia se reúne nesta terça-feira (25) para ouvir o depoimento da Secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida por defender o chamado tratamento precoce com cloroquina.

Mais de 15 senadores se inscreveram para fazer questionamentos à secretária.

O presidente da CPI Omar Aziz abriu a sessão pedindo sigilo aos senadores sobre os gigas sigilosos.

No início do depoimento, Mayra Pinheiro disse que recebeu a missão do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de organizar a visita a Manaus durante a crise sanitária no começo do ano diante do aumento de casos de Covid-19.

Mayra, quando questionada, afirmou que o Ministério da Saúde nunca indicou tratamento precoce. Questionada, ela disse ainda que foram estabelecidas doses seguras para que médicos brasileiros pudessem utilizar esses medicamentos com o consentimento dos seus pacientes. Segundo ela, toda doença deve ser tratada precocemente.

Ela pontuou também que defende a liberdade do paciente para que possa escolher receber ou não o tratamento precoce, que recebeu ordens sobre a cloroquina e que não foi iniciativa pessoal dela o uso do medicamento.

Renan Calheiros, relator da CPI, mostrou um áudio de Mayra sobre a cloroquina e perguntou por que a insistência em descumprir as recomendações da OMS. Em resposta, a secretária Mayra Pinheiro afirmou que o Brasil não é obrigado a seguir orientações da OMS.

Questionada sobre a plataforma TrateCov, Mayra Pinheiro disse que a secretaria dela foi responsável pelo desenvolvimento, confirmando o depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello, que atribuiu a responsabilidade da ferramenta diretamente à secretária.

Lembrado que o Ministro Ricardo Lewandowski negou dois pedidos de habeas corpus preventivos protocolados pela defesa da secretária, pedindo o direito de ficar em silêncio. A justificativa foi de que ela não é investigada no inquérito que apura responsabilidade pela falta de oxigênio em Manaus. O ministro, no entanto, permitiu que ela ficasse calada sobre ações decorridas do período entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

Também existe a expectativa de que o colegiado vote novos requerimentos, que ainda não tem acordo, como o da convocação do ex-assessor da Presidência, Arthur Weintraub.

Além disso, a comissão também deve ouvir nessa semana o depoimento do Presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, para falar das negociações da Coronavac com o Governo Brasileiro.