Os depoimentos da CPI da Pandemia no Senado voltam nesta terça-feira (18) com a fala do ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo. O chanceler foi exonerado do cargo em abril, após mais de 2 anos à frente do Itamaraty, onde colecionou diversas polêmicas e acusações entre rivais políticos e aliados comerciais brasileiros.
O ex-ministro era membro da chamada "ala ideológica" do governo, e defendeu diversos discursos de caráter conspiratórios, negacionistas e que levaram o país a uma posição de isolamento diplomático.
Você acompanha os desdobramentos do depoimento a partir das 10h, na BandNews FM.
Nessa quarta-feira (19), a previsão é de que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, preste esclarecimentos na comissão. Na semana passada, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu habeas corpus para que o ex-ministro possa permanecer em silêncio durante o depoimento. O depoimento de Pazuello é um dos mais esperados, já que ele foi o ministro que ocupou por mais tempo o comando da Saúde durante a pandemia.
Já na quinta-feira (20), a comissão pretende ouvir a Secretária de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, Mayra Pinheiro. Conhecida como “capitã cloroquina”, a secretária é conhecida como uma das principais pessoas no governo a favor do uso do medicamento, mesmo ele não tendo comprovação de eficácia contra o coronavírus, e a imunização de rebanho. Mayra, assim como Pazuello, pediu ao STF a o direito de não responder as perguntas da comissão e quer ser acompanhada pelos advogados. O ministro Gilmar Mendes é o relator do caso e ainda não respondeu à solicitação.
Até o momento, a comissão ouviu os ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o atual chefe da pasta Marcelo Queiroga, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antonio Barra Torres, o ex-secretário especial de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o gerente-feral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo.
Essa semana também pode ser marcada pela aprovação da quebra de sigilo telefônico e telemático do vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro. O pedido desta medida aconteceu após depoimento à CPI de Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil, que confirmou que o filho do Presidente participou de reuniões para tratar de compras de vacinas.
A suspeita é que o Palácio do Planalto recebia um "assessoramento paralelo" nos assuntos relacionados a pandemia.