A CPI da Pandemia se reúne nesta quarta-feira (02) para ouvir o depoimento da médica Luana Araújo. A infectologista foi indicada pelo ministro Marcelo Queiroga para ocupar a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, mas não chegou a ser nomeada por não passar pelo crivo político do Palácio do Planalto, segundo o próprio ministro. Em nota, a pasta afirmou que procurava um perfil técnico para ocupar a função.
A reunião está marcada para começar às 9h, mas atrasos no início da sessão são comuns na CPI.
Os senadores querem saber os motivos apresentados para a não nomeação da médica, que é contra o tratamento precoce com cloroquina. O medicamento é cientificamente ineficaz, mas é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro.
A médica Nise Yamaguchi, outra defensora do remédio, foi sabatinada na CPI na terça-feira (1). A oncologista negou que participasse de um gabinete paralelo de aconselhamento do presidente, mas caiu em contradição em diferentes ocasiões. A profissional continuou defendendo a cloroquina e chegou a contestar vacinas.
Nise Yamaguchi não apresentou estudos que comprovassem o que defendia, irritou senadores por fugir das respostas e deve ser convocada novamente. Ela compareceu como convidada e não tinha a obrigação de falar a verdade.
Na próxima semana, a CPI da Pandemia já determinou que vai colher depoimentos entre terça e sexta para acelerar os trabalhos. Na terça-feira da próxima semana (08), o ministro Marcelo Queiroga será reconvocado. Também devem ser ouvidos Élcio Franco, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, e o marqueteiro Marquinhos Show, que aconselhava Eduardo Pazuello.
Uma audiência pública com cientistas também deve ocorrer na sexta-feira da próxima semana (11).