CPMI cancela depoimento de condenado por atos no dia 8 de janeiro

Sessão estava marcada para esta quinta (28)

João Pedro Melo

CPMI cancela depoimento de condenado por atos no dia 8 de janeiro
CPMI cancela depoimento de condenado por atos no dia 8 de janeiro
Agência Brasil

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos criminosos do dia 8 de janeiro cancelou o depoimento de Alan Diego dos Santos, um dos condenados pela tentativa de atentado a bomba nas imediações do Aeroporto de Brasília. O julgamento estava marcado para esta quinta-feira (28).

O adiamento foi uma decisão do presidente do Colegiado, o deputado federal Arthur Maia. A preocupação de alguns parlamentares é de que a CPMI possa terminar sem a votação do relatório ou indiciamento dos culpados.

Segundo a cúpula da comissão, o cancelamento da sessão aconteceu após a previsão de que haveria "baixo quórum" no encontro, além do tema já ter sido discutido em outros momentos de trabalho do colegiado.

A expectativa é de que a CPMI também vote seis requerimentos que estão na pauta, sendo quatro que foram apresentados pelos parlamentares governistas e dois por oposicionistas.

Até o momento, consta na pauta do colegiado a convocação de um militar comandante da Força Nacional de Segurança Pública, além de quebras de sigilo financeiro e apresentação de relatórios de inteligência fiscal. Uma possível convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro também pode ser discutido.

O presidente da CPMI justificou também o adiamento da votação de requerimentos pela falta de acordo entre a base aliada e parlamentares da oposição, apontando que ainda é possível costurar um acordo até a próxima sessão.

Alan Diego, que seria ouvido nesta quinta, teve a prisão decretada após a tentativa de ataque terrorista no fim do ano de 2022, ato planejado por George Washington de Oliveira. Em outro processo que corre em sigilo, o ministro Alexandre de Moraes chegou a revogar a prisão do condenado, mas ele passou a ser investigado também pela participação nos acampamentos em frente ao quartel-general do Exército, na capital federal.

Segundo o Ministério Público, o objetivo do grupo seria “causar comoção” para justificar uma intervenção das Forças Armadas. A expectativa da cúpula da CPMI é de que o relatório final seja apresentado até o dia 17 de outubro.