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Crise do oxigênio no Amazonas completa um ano sem nenhum responsabilizado

Em janeiro de 2021, produção e distribuição do gás foi insuficiente para atender a quantidade de pacientes internados

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Mais de 2.500 pessoas morreram por Covid somente em janeiro.
Mais de 2.500 pessoas morreram por Covid somente em janeiro.
Ministério da Saúde

Um ano após a crise do oxigênio no Amazonas, a população ainda segue sem respostas sobre punições e responsáveis pelo pior colapso no sistema de saúde que o estado já viveu.

Em janeiro de 2021, a produção e distribuição do gás foi insuficiente para atender a quantidade de pacientes internados na rede de saúde do estado.

De acordo com registros oficiais, 31 pessoas morreram por asfixia pela falta do gás medicinal. Os dias 14 e 15 foram os piores.

O que se viu a partir daquele período foram hospitais lotados, corrida desesperadora por oxigênio, operação de guerra para transferir pacientes a outros estados e o Amazonas sob regime de lockdown.

Mais de 2.500 pessoas morreram por Covid somente em janeiro.

O epidemiologista da Fiocruz, Jesem Orellana, afirma que o cenário naquele mês foi resultado de uma série de decisões erradas das autoridades governamentais no final de 2020, como o afrouxamento das medidas de prevenção e a abertura do comércio:

As decisões tomadas pelo poder público diante da crise em janeiro de 2021 são questionadas atualmente em investigações de diferentes instituições. O Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, e Defensoria Pública do Amazonas, movem ações em busca de responsabilizar os culpados pela tragédia.

Além disso, a crise de oxigênio no Amazonas foi um dos principais temas apurados pela CPI da Pandemia no Senado. Até agora, ninguém foi responsabilizado pelo caos que se instalou no estado.

Quem sofre são aqueles que foram diretamente afetados pela crise humanitária. A professora Isis Tavares relembra que, por pouco, não teve a vida interrompida pela falta de oxigênio:

Um ano após a crise na saúde, o Amazonas vive uma explosão de casos e aumento de internações pelo coronavírus, além da confirmação de casos da variante Ômicron.

O governo e prefeitura de Manaus buscam atualmente intensificar a cobertura vacinal da população.

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