Debate da Band entre Lula e Bolsonaro repercute na imprensa internacional

Troca de acusações entre os candidatos ganhou destaque na América Latina, Europa e no Oriente Médio

Rádio BandNews FM

O primeiro debate do segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e Jair Bolsonaro, do PL, foi destaque na imprensa internacional. Os ataques mútuos entre os candidatos na noite de domingo (16) e a importância para a definição da corrida presidencial foram evidenciados por canais e jornais estrangeiros. O encontro foi organizado pelo Grupo Bandeirantes, TV Cultura, UOL e jornal Folha de São Paulo.

Na agência de notícias Reuters, o destaque ficou por conta do embate direto entre os oponentes, que tentaram aumentar a rejeição um do outro na etapa final da campanha. Presente em diferentes países, a Reuters também pontuou que os eleitores estavam atentos ao debate e despachou fotos de grupos acompanhando o encontro da Band em bares e restaurantes.

O britânico The Guardian colocou na manchete do site o ex-presidente Lula chamando Bolsonaro de “ditadorzinho” e destacou a troca de acusações entre os candidatos, que constantemente chamavam um ao outro de mentiroso. O jornal deu protagonismo ao petista falando sobre a pandemia de Covid-19 e o desmatamento da Amazônia, enquanto apontou que o candidato à reeleição citou a proximidade de Lula com ditaduras como Nicaragua e Venezuela. O correspondente do jornal, Tom Phillips, disse ainda que o Brasil é uma das maiores democracias do mundo e que o debate se insere como importante peça para a etapa final da campanha.

Na Espanha, o El País categorizou o encontro como civilizado e apontou que o programa acabou sem um vencedor claro. O correspondente do jornal no Brasil escreveu artigo de opinião afirmando que nenhum candidato conseguiu apresentar um programa de renovação de fato. A reportagem também acompanhou o debate em um bar do Rio e cita maioria lulista, mas bolsonaristas convictos.

No argentino Clarin, o primeiro encontro entre Lula e Bolsonaro no segundo turno foi descrito como tenso, tendo ambos trocados insultos ao longo de quase uma hora e quarenta minutos. O jornal afirma que poucas propostas foram apresentadas e que candidatos não devem ter angariados novos votos.

O concorrente La Nacion fez referência ao discurso de Jair Bolsonaro contra a Argentina, tentando associar Alberto Fernandez ao petista Lula. O jornal disse que faltou tempo para Lula responder e que o atual presidente ficou sem resposta. Destaque ainda para a extrema colorização da campanha e a troca de acusações sobre pandemia, corrupção e fake news.

O francês Le Monde afirmou que a duas semanas do segundo turno, encontro entre presidenciáveis rendeu golpes de ambos os lados. O jornal citou a fala de Lula sobre a Amazônia e destacou que acusações de canibalismo e pedofilia, presentes nas redes sociais e nas campanhas no rádio e na TV, não estiveram presentes nos discussões.

Em Portugal, o Diário de Notícias destaca na manchete que Covid e corrupção foram os assuntos que dominaram o debate. Já filial portuguesa da CNN apostou nos apelidos que os candidatos usaram para desqualificar o oponente: “Rei das Fake News”, “mentiroso”, “Rei da Corrupção” e “criminoso”.

A AlJazeera destacou o formato do debate, que deu tempo livre para os candidatos pautarem os assuntos que desejassem. A emissora árabe destacou que Lula e Bolsonaro rememoraram seus governos e trocaram insultos pessoais. A midia também usou foto da Reuters sobre um grupo de eleitores acompanhando o embate em um bar de Brasília.