Os depoimentos do inquérito que vai apurar a legalidade do suposto laudo divulgado pelo candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal, do PRTB, começam apenas na segunda-feira (07), após o primeiro turno das eleições municipais.
O material que está sendo analisado foi publicado na sexta-feira (4) e indicaria um possível teste positivo para cocaína por Guilherme Boulos. O candidato do PSOL à administração municipal afirma que o suposto laudo é falso. A Justiça Eleitoral avaliou que já indicações de falsidade no que foi publicado por Marçal e determinou a remoção do conteúdo das plataformas Instagram, TikTok e Youtube.
A Polícia Civil vai ouvir os dois políticos, além da filha do médico que teria assinado o laudo, já que o profissional já faleceu. Além deles, será chamado também o dono da clínica onde o prontuário teria sido emitido.
O delegado do caso, William Wong, explicou em coletiva de imprensa que, por enquanto, o boletim de ocorrência não trata de um possível crime cometido por Marçal, e que as diligências buscam identificar a veracidade das informações: “Não temos elementos suficientes para tipificar agora algum crime”.
A defesa de Guilherme Boulos apresentou uma procuração de 2021 que mostraria a assinatura real do médico José Roberto de Souza, morto em 2022, e que é diferente da apresentada no suposto laudo.
O Instituto de Criminalística vai fazer a perícia para confrontar as duas assinaturas: do laudo divulgado por Marçal e do documento entregue por advogados de Boulos.
O processo foi requisitado com urgência e não tem prazo para ser finalizado.
Em um vídeo publicado neste sábado, a filha do médico, Aline Souza, classificou o episódio como absurdo e disse que o pai nunca trabalhou na clínica citada no laudo.
O delegado William Wong afirmou que não tem pressa para concluir o caso: “Estamos em um momento delicado, véspera de eleição. Vamos aguardar primeiro o decorrer da investigação”.
A Polícia Federal também abriu um inquérito para apurar a veracidade do laudo após a defesa de Boulos apresentar uma notícia-crime solicitando a prisão preventiva de Marçal.