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Desempenho da economia reflete Bolsonaro

PIB brasileiro cai 19 posições e vai a 38º em ranking com 48 países

Narley Resende

Número de pessoas que dizem que "a economia piorou" subiu de 62% para 68% em um mês, segundo pesquisa Genial/Quest
Número de pessoas que dizem que "a economia piorou" subiu de 62% para 68% em um mês, segundo pesquisa Genial/Quest
Alan Santos / PR

O desempenho do Produto Interno Bruno brasileiro no segundo trimestre de 2021 ocupa a 38ª colocação em um ranking com 48 países, segundo levantamento elaborado pela Austing Rating.  

O PIB do Brasil recuou 0,1% no período, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, segundo o IBGE.  

Para o âncora do BandNews FM No Meio do Dia, Eduardo Oinegue, a comparação internacional é a que importa neste momento.  

Ele destaca que todos os países passaram pelas dificuldades da pandemia, mas que o Brasil apresentou um dos piores desempenhos na resposta.  

"Tem país onde neva, onde não neva, onde tem seca, onde não tem seca. Mas todos os países conheceram a pandemia. E nem todos os países nesse segundo trimestre tiveram este desempenho. O Brasil teve dos desempenhos mais modestos do mundo”, compara.  

O âncora da BandNews FM Reinaldo Azevedo destaca que desta vez os números da economia, de forma incomum, refletem na opinião pública.  

Ele cita dados da pesquisa mensal Genial/Quest que mostram insatisfação crescente da população. 

Segundo o levantamento, subiu de 62% para 68% em um mês, o número de pessoas que dizem que "a economia piorou".  

Reinaldo Azevedo destaca que em governos anteriores - mesmo com bons resultados da economia - a opinião pública não acompanhava os dados da realidade.  

“Parece que as pessoas não estão loucas, quando nas pesquisas colocam sua preocupação com a Economia. Se pegar os números (dos governos) de Lula e Dilma em primeiro mandato para segundo (como é o caso do governo Bolsonaro agora), também não eram grande coisa. Só que Lula tinha passado pela experiência do Mensalão, Dilma tinha passado pelo aluvião de Junho de 2013, aquela maluquice que foi pras ruas. E as perspectivas da economia, nos dois casos, eram positivas. Agora, não é o caso do Governo Bolsonaro. Na economia as coisas não estão muito bem e os números do PIB evidenciaram isso”, aponta.  

Eduardo Oinegue lembra que o Brasil já estava em crise antes da pandemia.  

Na conta, o País não recuperou nem as perdas anteriores.  

“Entre 2015 e 2019, o Brasil entregou para a pandemia um PIB que caiu mais de 4% e entra na pandemia devendo. Chega na pandemia a gente perde mais 4 e poucos por cento do PIB. Ou seja, a chega em 2021 devendo mais de 8% do PIB”, calcula.

O âncora do Salva Salve BandNews, Felipe Moura Brasil, destaca o comportamento do governo, que tenta maquiar a crise.  

Segundo ele, os discursos otimistas do ministro da Economia, Paulo Guedes, descolados da realidade, já não convencem o povo brasileiro.  

“Paulo Guedes, para quem dei o apelido de ‘coach da Faria Lima’, está sempre ali passando um pano para sua gestão e para a gestão do presidente do qual ele topou se o tesoureiro da campanha de reeleição. A diferença entre a expectativa e a realidade tem sido cada vez maior. Então, a situação do presidente da República não é boa neste momento, porque o País não está apresentando indicadores positivos e o povo está sentido isso no bolso e os empresários passaram a sentir também”, garante.  

Além da inatividade do PIB, a baixa taxa de investimentos preocupa, por indicar uma evolução futura sobre o comportamento da economia.  

O Banco Central tem aumentado a Selic para domar a inflação, o que mostra um efeito colateral para o setor produtivo, como o crédito mais caro para investir.  

A Selic passou de 2% em janeiro deste ano para 5,25% este mês.  

Do lado da oferta, os investimentos produtivos feitos por empresas recuaram 3,6% em comparação com o trimestre anterior.

De São Paulo, Narley Resende