A desigualdade social nas metrópoles brasileiras diminuiu de 2020 para 2021, mas os mais pobres ainda não recuperaram a renda do início da pandemia de Covid-19. A conclusão é do último boletim do Observatório das Metrópoles, em parceria com a PUC do Rio Grande do Sul e o Observatório da Dívida Social na América Latina, divulgado nesta segunda-feira (11).
De acordo com o estudo, o índice de desigualdade registrado nos últimos três meses de 2021 foi a mesma do primeiro trimestre de 2020, antes dos efeitos da pandemia. A diferença é medida pelo coeficiente de Gini: quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade. O valor registrado nos períodos foi de 0,602.
A renda média per capita do trabalho dos 40% mais pobres subiu de R$ 195 no fim de 2020 para R$ 239 no fim do ano passado. Apesar disso, o valor não chega àquele registrado no começo de 2020 e ainda é muito baixo para o sustento das famílias, que vivem em situação de vulnerabilidade. O estudo mostrou, por exemplo, que no quarto trimestre de 2021, 26,7% das crianças de até cinco anos nas regiões metropolitanas viviam em lares com rendimentos do trabalho inferiores a um quarto do salário-mínimo per capita.
Já entre os 10% mais ricos, a renda média caiu de R$ 6.917,00, em 2020, para R$ 6.424,00, no ano passado.
João Pessoa, Recife, Natal, Rio de Janeiro e Belém são as capitais com os maiores níveis de desigualdade.