Diretor do Instituto Datafolha diz que falta de um Censo Demográfico tem atrapalhado os institutos de pesquisa

Em entrevista à BandNews FM, Mauro Paulino ressaltou os desafios de pesquisas eleitorais no Brasil

BandNews FM

Mauro Paulino explica que as amostras dos levantamentos dependem dos números coletados pelo IBGE.  Reprodução
Mauro Paulino explica que as amostras dos levantamentos dependem dos números coletados pelo IBGE.
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Em entrevista aos apresentadores do Band News No Meio Dia, Eduardo Oinegue e Débora Alfano, o diretor do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, argumentou sobre como a falta de um Censo Demográfico atualizado tem atrapalhado a coleta de dados dos institutos de pesquisas, especialmente as pesquisas eleitorais.

Mauro Paulino explica que as amostras dos levantamentos dependem dos números coletados pelo IBGE. O censo está com dois anos de atraso, tendo em vista que foi cancelado em 2020 por causa da pandemia e, neste ano, por falta de verbas.

Além disso, ainda que haja apurações mais certeiras, as pesquisas eleitorais são, essencialmente, voláteis. Segundo o diretor do Datafolha, é cada vez mais comum a escolha de voto de última hora.

"Mesmo que a pesquisa seja feita um dia antes da eleição, ela representa o que as pessoas pensam naquele momento. E entre a véspera da eleição, quando a pesquisa foi feita, e o dia da eleição, muita coisa acontece. Segundo pesquisa que nós fizemos logo após o segundo turno em 2018, 25% dos eleitores escolheram seu candidato na última semana, sendo que 12% escolheram no dia da eleição."

Ao ser questionado sobre a disputa presidencial do ano que vem, Mauro Paulino afirmou que o cenário atual é de uma vantagem do ex-presidente Lula sobre o presidente Jair Bolsonaro. No entanto, há uma série de fatores que devem influenciar esse resultado, na avaliação de Mauro Paulino.

O último levantamento do Datafolha apontou o petista com 44% da preferência, contra 26% do atual presidente da República.

"A partir do momento em que o Lula for questionado, apresentado pela oposição como chefe do Mensalão, assim como Bolsonaro também vai se exposto como o presidente que não combateu a Covid-19, não comprou as vacinas a tempo, essas coisas vão repercutir durante a campanha e vão, isso sim, influenciar o voto dos eleitores. A pesquisa é apenas a régua que mede as mudanças que essas campanhas vão provocar”, finaliza o diretor.